Histórico
As atividades do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) começaram em 3 de agosto de 1961, com a criação do Grupo de Organização da Comissão Nacional de Atividades Espaciais (GOCNAE) que, em 1963, passou a ser chamado Comissão Nacional de Atividades Espaciais (CNAE). Com a extinção da CNAE, em 1971, foi criado o INPE, como órgão vinculado ao CNPq.
Os primeiros anos foram dedicados às ciências espaciais e atmosféricas, já que a comunidade científica internacional intensificava as pesquisas nas áreas de geofísica, aeronomia e magnetismo por conta dos Anos Internacionais do Sol Calmo (1964 – 1965).
Em 1966, o INPE expandiu sua atuação com o programa de Meteorologia por Satélite (MESA), baseado nas imagens da série Environmental Science Services Administration (ESSA) da Agência Espacial Norte-Americana (NASA).
Em 1968, com o objetivo de realizar medidas de raios-X na região da Anomalia Magnética do Atlântico Sul, o instituto começou a desenvolver e lançar experimentos em balões estratosféricos para apoiar pesquisas nas áreas de atmosfera, astrofísica e geofísica.
As atividades de sensoriamento remoto iniciaram em 1969, com o Projeto SERE (Sensoriamento Remoto). De 1972 a 1973, foi implantada a estação de recepção de dados de satélite em Cuiabá (MT). Logo em seguida, o INPE passou a utilizar as imagens do satélite americano Landsat para mapear o desmatamento na Amazônia.
Em 1994, quando inaugurou seu Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), o INPE colocou o Brasil no seleto grupo de países capazes de gerar previsões a partir de modelos processados em máquinas de alto desempenho computacional.
O primeiro satélite projetado e construído inteiramente no País, o SCD-1 (Satélite de Coleta de dados), foi lançado em 1993 e permitiu a implantação do Sistema Brasileiro de Coleta de Dados Ambientais. Em parceria com a China, o primeiro satélite da série CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) entrou em órbita em 1999, para o monitoramento de recursos terrestres.
Atividades
Com atuação nas áreas de meteorologia e mudanças climáticas, observação da Terra, ciências espaciais e atmosféricas e engenharia espacial, o INPE possui também laboratórios associados
em Computação Aplicada , Combustão e Propulsão, Física de Materiais e de Plasmas. O instituto presta serviços operacionais de previsão do tempo e clima, monitoramento do desmatamento da Amazônia Legal, rastreio e controle de satélites, medidas de queimadas, raios e poluição do ar, além de realizar testes e ensaios industriais de alta qualidade.
O INPE é o principal órgão civil responsável pelo desenvolvimento das atividades espaciais no País. Tem como missão produzir ciência e tecnologia nas áreas espacial e do ambiente terrestre.
Por meio do Programa China-Brazil Earth Resources Satellite (CBERS), já lançou três satélites e, até 2015, colocará no espaço mais dois. O CBERS popularizou o uso de imagens orbitais no País e seus dados são fundamentais para monitorar o meio ambiente, avaliar desmatamentos, áreas agrícolas e o desenvolvimento urbano. Além da série CBERS, o INPE trabalha no desenvolvimento de satélites baseados na Plataforma Multimissão (PMM). Com ela, serão construídos o satélite científico Lattes-1, o satélite radar de observação da Terra Mapsar, e o satélite meteorológico de medidas de precipitação GPM-Br.
O Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes) é considerado o maior programa de acompanhamento de florestas do mundo, por cobrir 4 milhões de quilômetros quadrados todos os anos. Seu resultado revela a taxa anual do desmatamento raso, quando todo o conjunto de árvores de floresta é retirado. Com base nas imagens de satélites, o INPE mantém ainda o sistema chamado Detecção de Desmatamento
em Tempo Real (Deter), uma importante ferramenta de suporte à fiscalização, e o Sistema de Monitoramento de Áreas de Florestas Degradadas na Amazônia (Degrad).
O INPE realiza, também, o monitoramento de focos de calor, cujos dados, em tempo real, sobre as queimadas no Brasil e nos países da América do Sul estão disponíveis na internet. A infraestrutura em supercomputação do CPTEC figura entre as melhores do mundo e a confiabilidade das previsões de tempo ultrapassa os 90% de acerto para três dias.
Outra atividade importante do instituto é a recepção, gravação, produção e disseminação de dados de satélites nacionais e estrangeiros, com o objetivo de assegurar à comunidade o acesso aos dados e imagens de satélites ambientais e de observação da Terra.
A partir de 2004, o INPE passou a disponibilizar gratuitamente as imagens de seus satélites pela internet – beneficiando o sistema de gestão do território, de acesso antes restrito ao governo – à pesquisa nas universidades e ao desenvolvimento das empresas privadas, que geram emprego e renda com tecnologia espacial.
As imagens e produtos derivados do INPE são úteis em áreas como saúde, segurança pública, gerenciamento de desastres naturais e biodiversidade. Abertas à sociedade, as informações sobre tempo e clima colaboram para o desenvolvimento econômico e social do País. A evolução das previsões nesta área é fator importante para a evolução do agronegócio e para o planejamento energético.
Não só as imagens de satélites e dados brutos estão disponíveis a qualquer cidadão, mas também os resultados obtidos em seus estudos e projetos.
No INPE, há um compromisso com a transparência sobre informações que são de interesse da sociedade como, por exemplo, dados sobre qualidade do ar, raios, tempo e clima, níveis de reservatórios ou desmatamentos.
O estabelecimento e a manutenção das competências científico-tecnológicas são apoiados pelo programa de pós-graduação realizado pelo INPE desde o final da década de 1960. Outra característica que fortalece o instituto é o relacionamento com outras organizações para o intercâmbio científico e tecnológico, acesso e fornecimento de dados e desenvolvimento de serviços, tecnologias e sistemas espaciais.
O INPE possui o único laboratório no Hemisfério Sul capacitado para a realização de atividades de montagem, integração e testes de satélites e seus subsistemas.
Especialmente projetado e construído para atender às necessidades do Programa Espacial Brasileiro, o Laboratório de Integração e Testes (LIT) atua também na qualificação de produtos industriais que exijam alto grau de confiabilidade, em setores diversos como telecomunicações, automotivo, informática e médico-hospitalar.
Presente em todas as regiões do Brasil, o INPE tem sua sede
em São José dos Campos (SP). Possui centros regionais em Belém (PA), Natal (RN) e Santa Maria (RS), além de unidades em Cuiabá (MT) e Cachoeira Paulista (SP).
Perspectivas
O principal desafio do instituto é manter a qualidade científica e, ao mesmo tempo, gerar cada vez mais produtos que atendam às carências nacionais. Tendo iniciado suas atividades com foco nas ciências espaciais, o INPE hoje abriga grupos de pesquisas reconhecidos mundialmente em áreas como geofísica, astrofísica, aeronomia e física de materiais. Depois de também conquistar o reconhecimento no sensoriamento remoto por satélites e na meteorologia, o INPE está instalando um Centro de Excelência
em Mudanças Ambientais Globais que irá gerar cenários na escala de décadas a centenas de anos em resposta às interações entre sistemas naturais e sociais e avaliar seus impactos no desenvolvimento nacional.
O INPE, que em 2011 completou 50 anos de uma história marcada pelo pioneirismo, quer ser a referência mundial em P&D espacial e do ambiente terrestre para todos os problemas dessa área que ocorrem nas regiões tropicais do planeta.
Cada vez mais comprometido com as demandas socais, o INPE assume o desafio do desenvolvimento sustentável em tempos de mudanças ambientais globais.
Missão
Produzir ciência e tecnologia nas áreas espacial e do ambiente terrestre e oferecer produtos e serviços singulares em benefício do Brasil.
Visão do Futuro
Ser referência nacional e internacional nas áreas espacial e do ambiente terrestre pela geração de conhecimento e pelo atendimento e antecipação das demandas de desenvolvimento e de qualidade de vida da sociedade brasileira.
E-mail: imprensa@dir.inpe.br
www.inpe.br
(12) 3208.6000
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