Histórico

Criado há 30 anos, o Observatório do Pico dos Dias (OPD) tem sua história entrelaçada à história da astronomia brasileira. Inicialmente batizado de Observatório Astrofísico Brasileiro (OAB), foi a pedra fundamental do hoje Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA). Operando ininterruptamente desde sua entrada em funcionamento, deu o impulso definitivo para o salto em qualidade que a astronomia brasileira experimentou após 1980.

Os primeiros esforços direcionados a acelerar o desenvolvimento da astrofísica brasileira por meio da aquisição de um novo telescópio datam do final dos anos 1930. Em meados de 1950, já se propunha a instalação de um observatório astrofísico brasileiro e, entre 1970 e 1972, foi escolhido o Pico dos Dias (1.864 metros), localizado entre os municípios de Brazópolis e Piranguçu, Minas Gerais. Em 1972, a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) garantiu recursos para a compra de um telescópio refletor com espelho principal de 1,60 m de diâmetro (ainda hoje, o maior do gênero em território brasileiro) e de um espectrógrafo coudé.

Em 22 de abril de 1980, o telescópio coletou sua primeira luz, ou seja, realizaram-se as primeiras observações científicas. Em 1985, o OAB transformou-se no primeiro laboratório nacional do País e recebeu o novo nome. Em 1989, o LNA foi efetivado como unidade de pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) do então MCT e, em 1992, estabeleceu sede própria na cidade mineira de Itajubá.

Atividades

O LNA é um instituto de altíssima tecnologia no Brasil e no mundo. Sua missão é proporcionar aos astrônomos brasileiros acesso a equipamentos de última geração para que possam realizar suas pesquisas da melhor forma possível, tanto em território nacional como no exterior, através de telescópios dos quais o Brasil é sócio ou locatário por meio de consórcios internacionais.  

Seus engenheiros, astrônomos e técnicos trabalham, principalmente, em desenvolvimento de instrumentos para a realização de observações astronômicas e que são instalados nesses e em outros telescópios. Além disso, realizam pesquisa científica e tecnológica e atuam junto à mídia e ao público, especialmente professores e estudantes, divulgando a Astronomia, promovendo a alfabetização científica e a inclusão social. 

As áreas de atuação consideradas estratégicas para o LNA são: gerenciamento de observatórios sob sua responsabilidade, gerenciamento e garantia de amplo acesso dos pesquisadores brasileiros aos telescópios que representa, desenvolvimento instrumental no óptico e infravermelho, uso de fibras ópticas em astronomia (única instituição no Brasil que detém essa tecnologia), metrologia óptica, óptica adaptativa, tecnologia de informação, comunicação social, e divulgação científica e tecnológica.

A construção de telescópios da classe 4–10m de diâmetro, no mundo, aumentou as possibilidades de pesquisas e o Brasil não ficou abaixo desse novo patamar. Seu maior telescópio em operação no OPD, com o tempo, passou a ser de pequeno porte e a demanda brasileira por telescópios maiores e instrumentos mais sofisticados aumentou. Para suprir essas carências, o LNA, juntamente com a comunidade astronômica, identificou as oportunidades de o Brasil participar como país-membro do Observatório Gemini (dois telescópios de 8m de diâmetro, um nos Andes chilenos e outro no Havaí) e do Telescópio SOAR (de 4m de diâmetro, no Chile). O laboratório também disponibiliza tempo para a comunidade brasileira no telescópio Canadá-França-Havaí (CFHT), localizado no Havaí.

O LNA oferece diversos produtos e serviços à comunidade. Os mais recentes destaques são: o Observatório de Ensino e Divulgação Científica, o “Observatório no Telhado (OnT)”, a implantação do novo Banco de Imagens Virtual (BIMA) e o desenvolvimento do Pocket-VO (Observatório Virtual). O OnT conta com um telescópio de 30cm de diâmetro, câmara imageadora e espectrógrafo, e fará parte da rede Telescópios na Escola, que permite o uso remoto por parte de instituições de ensino. Além de vitrine das imagens brasileiras astronômicas e institucionais, o BIMA vem auxiliar na preparação de estudantes para a Olimpíada Brasileira de Astronomia, Astronáutica e Energia (OBA), oferece imagens em alta resolução para impressão e traz material lúdico-didático. O Pocket–VO é uma ferramenta de visualização de imagens astronômicas que permite o tratamento e a análise desses dados tanto para educação como para pesquisa e está disponível na internet.

O LNA também possui três grandes laboratórios: de óptica, de automação e de mecânica. O desenvolvimento de capacitação na área de óptica é prioritário, não só porque a óptica avançada é o núcleo dos instrumentos astronômicos, mas também porque esta área ainda é muito incipiente no Brasil, não oferecendo as alternativas para a fabricação ou caracterização adequada dos instrumentos desenvolvidos no LNA. O Laboratório de Fibras Ópticas é constituído por uma oficina de fibras ópticas, uma de polimento e um laboratório de caracterização, adequados ao trabalho de construção e caracterização de instrumentos astronômicos que utilizem fibras ópticas de quaisquer tipos. O Laboratório de Óptica Adaptativa implementa experimentos de campo óptico com frente de onda corrigida, visando a desenvolver o conhecimento necessário para a aquisição dessa tecnologia. Já o objetivo principal do Laboratório de Metrologia Óptica é desenvolver técnicas e disponibilizar os equipamentos necessários para a caracterização e alinhamento dos componentes e sistemas optomecânicos utilizados em instrumentação científica.

O Laboratório de Automação e Controle possui estrutura para o desenvolvimento de controladores programáveis, mecanismos inteligentes, acionadores de motores, transdutores e aquisição de dados. Possui aplicativos com ambientes integrados para a elaboração e refinamento de programas de controle e para desenho de esquemas eletrônicos e projetos mecânicos como, por exemplo, fabricação de protótipos de circuitos impressos e gravação de dispositivos lógicos programáveis.  

O LNA tem uma oficina mecânica voltada para a manutenção e outra de alta precisão destinada ao desenvolvimento de instrumentação. Esta oficina de desenvolvimento dispõe de equipamentos de metrologia mecânica, dois centros de usinagem e um torno, todos CNC com sistema CAD-CAM-Máquina. O LNA também tem disponível o equipamento básico de metrologia mecânica, incluindo um braço de medição 3D e uma mesa de medição de coordenadas.

Perspectivas

Comprometido com o futuro da astronomia brasileira o LNA investe na formação e aperfeiçoamento de recursos humanos. Para tanto, mantém em seus quadros bolsistas e estagiários nos setores técnicos e científicos, além de receber estudantes de pós-graduação das instituições usuárias. Também representa os interesses da comunidade astronômica brasileira em comissões nacionais e internacionais que definem políticas de desenvolvimento na área e busca novas oportunidades no País e no exterior.

Missão

Planejar, desenvolver, prover, operar e coordenar os meios e a infraestrutura para fomentar, de forma cooperada, a astronomia observacional brasileira.

Visão de Futuro

Ser reconhecido nacional e internacionalmente como referência brasileira em desenvolvimento instrumental para a astronomia terrestre, e como contato principal em assuntos de abrangência nacional na área de astronomia observacional, com o intuito de otimizar as condições de pesquisa da comunidade científica e de socialização de conhecimento, e desenvolver pesquisa científica e tecnológica de ponta.


E-mail: webmaster@lna.br
www.lna.br 
(35) 3629.8100 
Rua Estados Unidos, nº 154 - Bairro das Nações 
CEP: 37504-364  - Itajubá - MG