Histórico
Fundado em janeiro de 1949 como uma sociedade civil sem fins lucrativos, o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) - referência nacional em investigação científica em Física, suas aplicações e tecnologias derivadas – foi idealizado por um grupo de cientistas estimulados com a repercussão internacional da participação de um jovem físico brasileiro, César Lattes, nos estudos sobre a partícula méson-pi, fundamental para explicar a estabilidade dos núcleos atômicos e, sobretudo, para as pesquisas em física nuclear, que ganharam grande relevância no pós-guerra.
Na época, a criação do CBPF teve o apoio de políticos, intelectuais, cientistas e figuras ilustres da sociedade brasileira e significou para boa parte das nossas elites o despertar da vocação científica nacional, além da entrada do País no rol das nações desenvolvidas que alavancavam os grandes avanços tecnológicos e científicos.
Pólo formador de núcleos e de lideranças de pesquisa em Física no Brasil e na América Latina, o CBPF conquistou lugar de relevância na comunidade científica nacional. Com foco na investigação científica, cuidou também em promover a indução de novas instituições científicas no País. Sua história está associada à criação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) e do Centro Latino-Americano de Física (CLAF).
Atividades
O CBPF foi pioneiro na disseminação do conhecimento científico, especialmente na formação de recursos humanos e ampliação de competências específicas. Responsável pela organização, desde a década de 1950, de cursos avançados em novos e tradicionais campos da Física – prática que ainda hoje impulsiona por meio da realização contínua de escolas e outros eventos científicos –, consolidou o primeiro programa nacional de doutoramento na área, hoje um dos mais prestigiados do País, com grau máximo de avaliação pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
Em 2000, o CBPF voltou sua atenção para o setor tecnológico, implementando o Mestrado Profissional em Física com Ênfase
em Instrumentação Científica. Hoje já consolidado, o programa prepara profissionais aptos a identificar soluções tecnológicas focadas no desenvolvimento de instrumentação para pesquisas fundamental e aplicada.
Com colaborações de grande relevância e impacto para a pesquisa
em Física Aplicada Experimental e Teórica, bem como para o desenvolvimento de tecnologias associadas, o CBPF tem obtido reconhecimento por sua excelência em campos com alto potencial de vanguarda. Foi uma das instituições escolhidas pelo MCTI para ancorar a implantação de programas em eixos estratégicos na estrutura nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Sistemas Complexos (INCT-SC), sediado no CBPF desde fins de 2008, reúne grupos de pesquisa de 18 instituições no País e enfatiza a análise da complexidade em sistemas de naturezas diversas, incluindo os biológicos e econômicos.
O CBPF também está à frente de iniciativas relevantes para a comunidade científica nacional. Uma delas é a integração e o fortalecimento de redes acadêmicas e de pesquisa através da Rede Rio/FAPERJ. A Rede Rio oferece conexão à Internet em alta velocidade a mais de 170 instituições de ensino, pesquisa e órgãos de governo no estado do Rio de Janeiro e prevê para este ano uma expansão que deverá torná-la a maior da América Latina, com cerca de 140 gigabites por segundo de capacidade total e mais de 200 quilômetros de extensão, através da Redecomep-Rio.
A participação em redes internacionais de pesquisa ou a liderança de importantes redes nacionais tem sido uma tônica na atuação do instituto. A Rede Internacional de Centros para Astrofísica Relativística (ICRANet), instituída em 2007, reconheceu o CBPF como braço nacional da organização sediada no Instituto Nacional de Cosmologia, Relatividade e Astrofísica (ICRA), na Itália, reforçando, nessas áreas, a presença do instituto na comunidade científica internacional e, em especial, na comunidade européia.
Na área da Física da Matéria Condensada, a utilização de grandes máquinas para o estudo das propriedades físicas de materiais avançados sob condições extremas e altas pressões está sendo viabilizada por programas de colaboração mantidos entre o CBPF e grandes laboratórios nos Estados Unidos e Alemanha. O acesso às técnicas possibilitadas por essas colaborações, ainda não disponíveis no País, permitirá não apenas a compreensão das propriedades básicas dos materiais de interesse, mas também, num futuro bem próximo, a formação de competência interna para sua utilização e interpretação dos dados experimentais.
A parceria do CBPF com outras unidades de pesquisa do MCTI impulsiona a participação brasileira em outro importante consórcio internacional, o Dark Energy Survey. A colaboração, que reúne grandes laboratórios de pesquisa nos Estados Unidos, Espanha e Reino Unido, tem como objetivo desvendar a natureza da energia escura: uma componente do universo que representa 70% de seu conteúdo e é responsável pela aceleração de sua expansão.
Alinhadas com a formação de novas redes de parceria, iniciativas em outras frentes têm mobilizado a atuação recente do instituto. O Laboratório Multiusuário de Nanociência e Nanotecnologia (LABNANO), em atividade desde o final de 2010, vai reforçar os grupos de pesquisa em nanociência atuantes no Rio de Janeiro, dotando o estado de uma rede voltada para o incremento de atividades de investigação científica em materiais nanoestruturados e nanofabricação.
Perspectivas
A visão de futuro do CBPF é ter a instituição consolidada e reconhecida nacional e internacionalmente como de excelência em diversas áreas da Física Aplicada, Experimental e Teórica, e como centro promotor e articulador de novas frentes e iniciativas da comunidade científica brasileira, atuando efetivamente na sua consecução, disponibilizando suas instalações, implantando laboratórios multiusuários em diversos campi e desenvolvendo uma forte interação com o setor produtivo.
Missão
Realizar pesquisa básica em Física e desenvolver suas aplicações, atuando como instituto nacional de Física do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e pólo de investigação científica e de formação, treinamento e aperfeiçoamento de pessoal científico.
Visão do Futuro
Fazer com que o CBPF seja reconhecido nacional e internacionalmente como instituição de excelência em diversas áreas da Física Aplicada, Experimental e Teórica, e como centro promotor e articulador de novas ideias e iniciativas da comunidade científica brasileira, atuando efetivamente na sua consecução, disponibilizando suas instalações e implantando laboratórios multiusuários e diversos campi.
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www.cbpf.br
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