A verdade é que na maioria dos círculos científicos a questão já não é se a mudança do clima representa um problema grave em potencial. Mas, sim, como o problema se desencadeará, quais serão os seus efeitos e como esses efeitos podem ser melhor detectados. Os modelos de computador de algo tão complicado como o sistema climático do nosso planeta não são ainda avançados o suficiente para fornecer respostas claras e sem ambigüidade. Não obstante, enquanto o quando, o onde e o como permanecem indefinidos, os grandes panoramas pintados por esses modelos climáticos exigem atenção.
Por exemplo:
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Os regimes regionais de chuva podem mudar. Em nível mundial, espera-se que o ciclo de evapotranspiração acelere. Isso significa que choveria mais, mas a chuva evaporaria mais rápido, deixando os solos mais secos em períodos críticos da época de cultivo. Novos ou mais intensos períodos de seca, principalmente nos países mais pobres, poderiam diminuir o fornecimento de água potável até o ponto de ficar ameaçada a saúde pública. Por não terem plena segurança a respeito de contextos regionais, os cientistas não sabem ao certo quais as regiões do mundo correm o risco de ficar mais chuvosas e quais, mais secas. Mas com os recursos hídricos globais já sob grande pressão devido ao rápido crescimento demográfico e a expansão das atividades econômicas, o perigo é evidente.
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As zonas climáticas e agrícolas podem deslocar-se em direção aos pólos. Prevê-se que nas regiões de latitude média, o deslocamento será de 150 a 550 km para um aquecimento de 1-3,5ºC. Verões mais secos podem reduzir o rendimento das safras nas regiões de latitude média e é possível que as principais áreas produtoras de grãos de hoje (como as Grandes Planícies dos Estados Unidos) sofram secas e ondas de calor mais freqüentes. As regiões próximas aos pólos das zonas agrícolas de latitude média — o norte do Canadá, a Escandinávia, a Rússia e o Japão, no hemisfério norte, e o sul do Chile e a Argentina, no hemisfério sul — poderiam se beneficiar de temperaturas mais elevadas. Contudo, em algumas regiões, terrenos acidentados e solos pobres impediriam esses países de compensar o rendimento reduzido das áreas mais produtivas atualmente. Prevê-se que nas regiões de latitude média, o deslocamento será de 150 a 550 km para um aquecimento de 1-3,5ºC. Verões mais secos podem reduzir o rendimento das safras nas regiões de latitude média e é possível que as principais áreas produtoras de grãos de hoje (como as Grandes Planícies dos Estados Unidos) sofram secas e ondas de calor mais freqüentes. As regiões próximas aos pólos das zonas agrícolas de latitude média — o norte do Canadá, a Escandinávia, a Rússia e o Japão, no hemisfério norte, e o sul do Chile e a Argentina, no hemisfério sul — poderiam se beneficiar de temperaturas mais elevadas. Contudo, em algumas regiões, terrenos acidentados e solos pobres impediriam esses países de compensar o rendimento reduzido das áreas mais produtivas atualmente. Prevê-se que nas regiões de latitude média, o deslocamento será de 150 a 550 km para um aquecimento de 1-3,5ºC. Verões mais secos podem reduzir o rendimento das safras nas regiões de latitude média e é possível que as principais áreas produtoras de grãos de hoje (como as Grandes Planícies dos Estados Unidos) sofram secas e ondas de calor mais freqüentes. As regiões próximas aos pólos das zonas agrícolas de latitude média — o norte do Canadá, a Escandinávia, a Rússia e o Japão, no hemisfério norte, e o sul do Chile e a Argentina, no hemisfério sul — poderiam se beneficiar de temperaturas mais elevadas. Contudo, em algumas regiões, terrenos acidentados e solos pobres impediriam esses países de compensar o rendimento reduzido das áreas mais produtivas atualmente.
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O derretimento de geleiras e a expansão térmica dos oceanos podem elevar os níveis do mar, ameaçando zonas costeiras e pequenas ilhas de baixa altitude. O nível médio global do mar já subiu cerca de 10 a 15 cm no século passado e espera-se que o aquecimento global ocasione um aumento adicional de 15 a 95 cm até o ano 2100 (com uma "melhor estimativa" de 50 cm). As áreas mais vulneráveis seriam as regiões costeiras desprotegidas e densamente povoadas de alguns dos países mais pobres do mundo. Bangladesh, cujo litoral já é propenso a enchentes devastadoras, seria uma possível vítima, da mesma forma que muitos pequenos países insulares, como as Ilhas Maldivas. O nível médio global do mar já subiu cerca de 10 a 15 cm no século passado e espera-se que o aquecimento global ocasione um aumento adicional de 15 a 95 cm até o ano 2100 (com uma "melhor estimativa" de 50 cm). As áreas mais vulneráveis seriam as regiões costeiras desprotegidas e densamente povoadas de alguns dos países mais pobres do mundo. Bangladesh, cujo litoral já é propenso a enchentes devastadoras, seria uma possível vítima, da mesma forma que muitos pequenos países insulares, como as Ilhas Maldivas. O nível médio global do mar já subiu cerca de 10 a 15 cm no século passado e espera-se que o aquecimento global ocasione um aumento adicional de 15 a 95 cm até o ano 2100 (com uma "melhor estimativa" de 50 cm). As áreas mais vulneráveis seriam as regiões costeiras desprotegidas e densamente povoadas de alguns dos países mais pobres do mundo. Bangladesh, cujo litoral já é propenso a enchentes devastadoras, seria uma possível vítima, da mesma forma que muitos pequenos países insulares, como as Ilhas Maldivas.
Esses cenários são alarmantes o suficiente para causar preocupação, mas incertos demais para que os governos tomem decisões facilmente. O panorama é confuso. Alguns governos, assediados por outros problemas, responsabilidades e dívidas a pagar, sentiram-se tentados, compreensivelmente, a não fazer nada. Talvez a ameaça desapareça. Ou outra pessoa se encarregue dela. Talvez outro asteróide gigantesco atinja a Terra. Quem sabe?
RESPOSTAS DA CONVENÇÃO
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A Convenção estabelece um quadro e um processo para que os países possam chegar a um acordo sobre ações específicas a serem tomadas mais adiante. Os diplomatas que escreveram a Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima a viram como o ponto de partida para outras possíveis ações futuras. Eles reconheceram que não seria possível, no ano de 1992, que os governos do mundo chegassem a um acordo sobre um plano básico detalhado para fazer face à mudança do clima. Porém, estabelecendo um quadro de instituições e princípios gerais e criando um processo por meio do qual os governos se reúnem periodicamente, foi dado o primeiro passo.
Os diplomatas que escreveram a Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima a viram como o ponto de partida para outras possíveis ações futuras. Eles reconheceram que não seria possível, no ano de 1992, que os governos do mundo chegassem a um acordo sobre um plano básico detalhado para fazer face à mudança do clima. Porém, estabelecendo um quadro de instituições e princípios gerais e criando um processo por meio do qual os governos se reúnem periodicamente, foi dado o primeiro passo.
Uma vantagem essencial desse enfoque foi permitir que os países começassem a debater a questão antes mesmo de que todos concordassem plenamente de que existe, na realidade, um problema. Até países céticos acharam que valia a pena participar. (Ou, em outras palavras, eles teriam se sentido incomodados de ficar de fora.) Isso criou legitimidade para a causa e uma espécie de pressão entre os membros da comunidade internacional para tratar o tema seriamente.
A Convenção foi concebida de forma a permitir que os países reforcem ou enfraqueçam o tratado de acordo com novos avanços científicos. Por exemplo, eles podem concordar em tomar ações mais específicas (como reduzir num certo grau as emissões de gases de efeito estufa), aprovando "emendas" ou "protocolos" à Convenção. Foi isso o que aconteceu em 1997 com a adoção do Protocolo de Quioto.
O tratado promove ações, apesar das incertezas, com base num desenvolvimento recente no direito internacional e na diplomacia chamado de "princípio da precaução". Dentro do direito internacional tradicional, uma atividade geralmente não é restrita ou proibida a menos que um elo de causa entre a atividade e o dano específico possa ser verificado. Mas muitos problemas ambientais, como os danos à camada de ozônio e a poluição dos mares, não podem ser confrontados se for exigida uma prova final de causa e efeito. Em conseqüência, a comunidade internacional vem aceitando gradualmente o princípio da precaução, segundo o qual as atividades que ameacem causar danos graves ou irreversíveis podem ser restringidas ou, até mesmo, proibidas antes que haja uma certeza científica absoluta sobre os seus efeitos.
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A Convenção dá passos preliminares claramente apropriados para o momento atual. Os países que ratificaram a Convenção — chamados de "Partes da Convenção" no jargão diplomático — concordam em levar em conta a mudança do clima em assuntos como agricultura, energia, recursos naturais e atividades relacionadas com as zonas costeiras. Eles concordam em desenvolver programas nacionais que desacelerem a mudança do clima. A Convenção encoraja-os a compartilhar tecnologias e a cooperar de outras maneiras para a redução das emissões de gases de efeito estufa, principalmente as procedentes dos setores de energia, transporte, indústria, agricultura, silvicultura e tratamento de resíduos, que em conjunto produzem quase a totalidade das emissões de gases de efeito estufa atribuídas à atividade humana. Os países que ratificaram a Convenção — chamados de "Partes da Convenção" no jargão diplomático — concordam em levar em conta a mudança do clima em assuntos como agricultura, energia, recursos naturais e atividades relacionadas com as zonas costeiras. Eles concordam em desenvolver programas nacionais que desacelerem a mudança do clima. A Convenção encoraja-os a compartilhar tecnologias e a cooperar de outras maneiras para a redução das emissões de gases de efeito estufa, principalmente as procedentes dos setores de energia, transporte, indústria, agricultura, silvicultura e tratamento de resíduos, que em conjunto produzem quase a totalidade das emissões de gases de efeito estufa atribuídas à atividade humana. Os países que ratificaram a Convenção — chamados de "Partes da Convenção" no jargão diplomático — concordam em levar em conta a mudança do clima em assuntos como agricultura, energia, recursos naturais e atividades relacionadas com as zonas costeiras. Eles concordam em desenvolver programas nacionais que desacelerem a mudança do clima. A Convenção encoraja-os a compartilhar tecnologias e a cooperar de outras maneiras para a redução das emissões de gases de efeito estufa, principalmente as procedentes dos setores de energia, transporte, indústria, agricultura, silvicultura e tratamento de resíduos, que em conjunto produzem quase a totalidade das emissões de gases de efeito estufa atribuídas à atividade humana.
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A Convenção incentiva a pesquisa científica sobre a mudança do clima. A Convenção requer que se execute um trabalho de coleta de dados, pesquisa e observação do clima e cria um "órgão subsidiário" de "assessoramento científico e tecnológico" para ajudar os governos a decidir seu curso de ação. Cada país que é Parte da Convenção deve também desenvolver um "inventário" de gases de efeito estufa listando suas fontes nacionais (como fábricas e transportes) e "sumidouros" (florestas e outros ecossistemas naturais que absorvem gases de efeito estufa da atmosfera). Esses inventários devem ser atualizados periodicamente e divulgados. As informações que eles fornecem sobre as atividades que emitem gases e quanto de cada gás é emitido são essenciais para monitorar as variações nas emissões e determinar os efeitos das medidas tomadas para controlar as emissões. A Convenção requer que se execute um trabalho de coleta de dados, pesquisa e observação do clima e cria um "órgão subsidiário" de "assessoramento científico e tecnológico" para ajudar os governos a decidir seu curso de ação. Cada país que é Parte da Convenção deve também desenvolver um "inventário" de gases de efeito estufa listando suas fontes nacionais (como fábricas e transportes) e "sumidouros" (florestas e outros ecossistemas naturais que absorvem gases de efeito estufa da atmosfera). Esses inventários devem ser atualizados periodicamente e divulgados. As informações que eles fornecem sobre as atividades que emitem gases e quanto de cada gás é emitido são essenciais para monitorar as variações nas emissões e determinar os efeitos das medidas tomadas para controlar as emissões. A Convenção requer que se execute um trabalho de coleta de dados, pesquisa e observação do clima e cria um "órgão subsidiário" de "assessoramento científico e tecnológico" para ajudar os governos a decidir seu curso de ação. Cada país que é Parte da Convenção deve também desenvolver um "inventário" de gases de efeito estufa listando suas fontes nacionais (como fábricas e transportes) e "sumidouros" (florestas e outros ecossistemas naturais que absorvem gases de efeito estufa da atmosfera). Esses inventários devem ser atualizados periodicamente e divulgados. As informações que eles fornecem sobre as atividades que emitem gases e quanto de cada gás é emitido são essenciais para monitorar as variações nas emissões e determinar os efeitos das medidas tomadas para controlar as emissões.
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