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Biodiversidade e Recursos Naturais
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Histórico

A diversidade biológica possui inestimável valor para a sobrevivência do ser humano. Além dos serviços ambientais que proporciona, como por exemplo, a purificação da água, a ciclagem de nutrientes, a manutenção do equilíbrio dinâmico dos ecossistemas e das condições climáticas do Planeta, a diversidade biológica constitui uma base de recursos de aplicação alimentar, medicinal, industrial, entre outras. Estimativas recentes do valor de uso direto da biodiversidade para sete setores da economia indicam cifras da ordem de US$ 500 bilhões a US$ 800 bilhões ao ano, o que representam valores movimentados por dois grandes setores econômicos no mundo: o da indústria de softwares e do setor de petróleo.

O Brasil e outros 16 países reúnem em seus territórios cerca de 70% das espécies animais e vegetais do planeta, o que lhes confere o título de países megadiversos. Entre eles, o Brasil é o de maior diversidade biológica, abrigando cerca de 20% de toda biodiversidade mundial, que se encontra majoritariamente em ecossistemas florestais. As florestas tropicais amazônicas respondem por cerca de 26% das florestas remanescentes da Terra - ecossistema que ocupa quase metade do território brasileiro, e que tem valor estratégico para o País.

Além da relevância quantitativa da biodiversidade das florestas tropicais, há que se destacar a importância da diversidade biológica encontrada em outros biomas, como o semi-árido; que pelas condições edafoclimáticas, permitiu que somente espécies resistentes a estresses de água e temperatura sobrevivessem. Em outras palavras, é no semi-árido que se estima encontrar, com maior probabilidade, genes que, inseridos no genoma de outros organismos (por exemplo de bactérias) possibilitariam sua sobrevivência em condições de estresse ambiental. Essa diversidade biológica é resultante das interações ecológicas, ao longo de mais de 3 bilhões de anos, ou seja das relações dos organismos vivos entre si – que constituem a biota, e desta com o meio físico.

 A complexidade da tarefa de descobrir, descrever, caracterizar e fazer bom uso dos produtos derivados da enorme diversidade biológica brasileira, assim como de entender padrões de mudanças da estrutura e função da biodiversidade e seus impactos na sociedade humana exige um esforço científico cooperativo e articulado de várias décadas, o que caracteriza a pesquisa da biodiversidade como um campo da megaciência. Assim, o estabelecimento e manutenção de uma agenda de pesquisa em biodiversidade constitui um desafio estratégico do Brasil.

O entendimento de que a pesquisa em biodiversidade é uma questão estratégica para o desenvolvimento do País está claramente identificado no documento de subsídio que a Academia Brasileira de Ciências - ABC gerou para a Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação – CNCT&I (setembro de 2001 em Brasília), conceito que foi ecoado em várias palestras, simpósios e debates realizados nessa Conferência,

A importância de se ter uma agenda de pesquisa em biodiversidade no Brasil também ressoou ao longo processo de construção da Estratégia Nacional de Biodiversidade, coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente - MMA, que envolveu diversos setores do governo e segmentos da sociedade brasileira, e que culminou com a instituição das Diretrizes para Implementação da Política Nacional de Biodiversidade ( Decreto nº 4.339 de 22 de agosto de 2002). Outras iniciativas também apontam para necessidade de mais pesquisas em biodiversidade como é o caso dos estudos de prioridades dos principais biomas brasileiros, promovidos pelo Programa de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira - PROBIO, também coordenado pelo MMA.

A amplitude da agenda de pesquisa em biodiversidade impõe o desafio de estabelecer uma “agenda unificadora” para a próxima década, o que requer o desenho de uma estratégia de investimento em ciência, tecnologia e inovação, que aponte prioridades, integre competências em diversos campos do conhecimento, gere, integre e dissemine informações sobre a biodiversidade que possam ser apropriadas para diferentes finalidades.

Nesse intuito o MCT coordenou a elaboração do Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio), que contou com a participação de quase 40 cientistas e gestores públicos das áreas de ciência e tecnologia e meio ambiente, e que foi incluído no PPA 2004-2007.

A execução do PPBio deve estar intimamente articulada a outras ações setoriais de pesquisa e desenvolvimento em Biodiversidade, como o Programa Brasileiro de Ecologia Molecular para o Uso Sustentável da Biodiversidade da Amazônia - PROBEM e o PROBIO - coordenados pelo MMA, assim como com iniciativas estaduais, a exemplo do BIOTA – FAPESP. Só com esse esforço de articulação que as pesquisas em biodiversidade no País poderão ganhar escala trabalho nacional e mais rapidamente beneficiar a sociedade brasileira, tanto pelo desenvolvimento de novos bioprodutos e bioprocessos úteis ao meio ambiente, à saúde, à alimentação e a outros setores importantes da economia, quanto pela melhoria da formulação e implementação de políticas públicas voltadas à conservação e ao uso sustentável da biodiversidade

 

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