A mudança do clima pode provocar conseqüências permanentes. Um asteróide gigantesco apareceu há 65 milhões de anos e foi o fim dos dinossauros.
Ao fazer frente à mudança do clima provocada pelo homem, os seres humanos terão que pensar em termos de décadas e séculos. O trabalho está recém começando. Muitos dos efeitos das variações climáticas só se manifestarão dentro de duas ou três gerações. No futuro, todos podem estar a par do problema — e vivendo com ele.
A Convenção-Quadro leva isso em consideração. Estabelece instituições para apoiar os esforços destinados a cumprir obrigações a longo prazo e monitorar medidas de longo prazo com a finalidade de minimizar a mudança do clima e adaptar-se a seus efeitos. A Conferência das Partes, na qual estão representados todos os países que ratificaram o tratado, é o órgão supremo da Convenção. Ela realizou sua primeira sessão em março de 1995 e seguirá reunindo-se regularmente para promover e revisar a implementação da Convenção. A Conferência das Partes é assistida por dois órgãos subsidiários (ou comitês), um para assessoramento científico e tecnológico e o outro para implementação. Pode, também, estabelecer outros órgãos, temporários ou permanentes, para assisti-la no seu trabalho.
A Conferência das Partes também pode fortalecer a Convenção, como fez em Quioto em 1997. O corte de 5% do Protocolo pode parecer um início modesto, mas em vista do aumento das emissões que seriam esperadas do contrário e lembrando que as emissões em vários países desenvolvidos têm aumentado regularmente desde o ano base de 1990, muitos países terão que fazer esforços significativos para efetivar seu compromisso.
O Protocolo de Quioto faz uma promessa importante: reduzir as emissões dos países desenvolvidos até o final da primeira década do novo século. Pode-se considerar um êxito se conseguir deter e reverter a tendência de 200 anos de emissões crescentes no mundo industrializado e acelerar a transição para uma economia global "amigável ao clima".
Principais gases de efeito estufa afetados pelas atividades humanas
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CO2
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CH4
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N2O
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CFC-11
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HCFC-22
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CF4
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SF6
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Nível pré-industrial
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~280 ppmv
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~700 ppbv
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~275 ppbv
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zero
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zero
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zero
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zero
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Concentração de 1994
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358 ppmv
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1720 ppbv
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312§ppbv
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268§pptv
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110 pptv
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72§pptv
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3-4 pptv
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Taxa de aumento*
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1,5 ppmv/ano 0,4%/ano
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10 ppbv/ano 0,6%/ano
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0,8 ppbv/ano 0,25%/ano
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0 pptv/ano 0%/ano
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5 pptv/ano 5%/ano
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1,2 pptv/ano 2%/ano
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0,2 pptv/ano ~5%/ano
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Tempo de vida (anos)
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50-200
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12
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120
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50
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12
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50.000
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3.200
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Notas: CO2 (dióxido de carbono), CH4 (metano), N2O (óxido nitroso), SF6 (hexafluoreto de enxofre) e CF4 (um perfluorcarbono ou PFC) são cobertos pelo Protocolo de Quioto. CFC-11 e HCFC-22 (um substituto de CFC) também são substâncias que destroem o ozônio, sendo, portanto, tratadas pelo Protocolo de Montreal e não nos acordos relativos à mudança do clima. 1 ppmv = 1 parte por milhão em volume; 1 ppbv = 1 parte por bilhão em volume; 1 pptv = 1 parte por trilhão em volume.
§ Estimada a partir de dados de 1992-93.
* A média das taxas de crescimento de CO2, CH4 e N2O são feitas sobre a década a partir de 1984; as taxas de crescimento de halocarbonos baseiam-se em anos recentes (década de 90).
Não se pode definir um tempo de vida único para o CO2 por causa das diferentes taxas de absorção por diferentes processos de sumidouros.
Isso foi definido como um tempo de ajuste que leva em consideração o efeito indireto do metano sobre seu próprio tempo de vida.
Esta tabela foi adaptada do "Climate Change 1995", do Grupo de Trabalho I do IPCC, pág. 15.
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