Um contexto de mudanças tecnológicas constantes e aceleradas, com reflexos nas relações político-econômicas e sociais, exige o crescimento e a modernização da indústria e da prestação de serviços, baseados não só na inovação e incorporação de novas tecnologias, nem no capital, mas na capacidade gerencial das organizações que devem promover a competição de forma agressiva e em crescentes níveis de qualidade e produtividade.
Um bloco de indicadores de gestão empresarial deve contemplar questões afetas ao planejamento estratégico das empresas; metas e custos da qualidade; responsabilidade pela gestão da qualidade; gestão da informação, ainda sem dados objetivos coletados; e terceirização.
Quesitos como programas da qualidade, certificação dos sistemas da qualidade, avaliação de produtos e aplicação da legislação de propriedade intelectual passaram a integrar a própria caracterização das organizações.
Planos estratégicos, planos de negócios ou planos de metas eram elaborados por 71% das empresas, sendo que 51% destas os atualizavam sistematicamente e 49% promoviam revisões sem periodicidade fixa, o que corresponde a 36% e 35% da amostra global, respectivamente (vide Tabela 15).
Dentre as que elaboravam ou estavam implantando planos dessa natureza, 66% incluíam metas ou diretrizes para a qualidade nesses planos, sendo que 58% dessas o faziam de forma sistemática e 42%, eventual, respectivamente, 38% e 28% em termos globais (vide Tabela 16).
Apesar do reconhecimento por parte de um grande número de empresários de que investimentos em qualidade produzem resultados extremamente positivos, custos da qualidade, incluindo a gerência dos custos de prevenção, avaliação, falhas internas e externas, eram apropriados em 22% das empresas, sendo que 62% destas o faziam somente em projetos específicos (vide Tabela 17).
Após acompanhar indicador sobre a existência de gerentes dos sistemas da qualidade em pesquisas passadas, a forma de questionamento foi alterada. Assim, entendendo-se que não é suficiente a existência de equipes específicas dedicadas à garantia da qualidade, mas sim uma mobilização de toda organização em um movimento pela qualidade, levantou-se que em 46% das empresas existe pessoa responsável pela gestão da qualidade (vide Tabela 18).
A terceirização de serviços continua sendo praticada nos mesmos níveis anteriores, com a contratação em 2000 de serviços de desenvolvimento e manutenção de software por 42% das empresas, envolvendo um volume de recursos estimado em R$ 213 milhões, e 30% de serviços de marketing e vendas, totalizando R$ 45 milhões (vide Gráfico 11).
Dentre as organizações que terceirizam o desenvolvimento e manutenção de software (62%), mesmo não o tendo feito no ano 2000, 72% não exigem padrões de qualidade na seleção. Dentre aquelas que já incorporam tal exigência em seus processos seletivos, os padrões são ISO 9000 (55%), avaliação segundo normas próprias (37%) e, ainda, CMM (6%) e outros não especificados (vide Tabela 19).