A amostra efetiva de 446 organizações abrange 372 desenvolvedores de software pacote (packaged software) ou software sob encomenda (custom software), sendo que 274 desenvolvem produtos do tipo pacote e 283, sob encomenda; 67 desenvolvedores de software embarcado; e 203 desenvolvedores para a Internet. Há, ainda, 81 distribuidores ou editores de software de terceiros, sendo que 73 destes também são desenvolvedores (vide Tabela 01).
Há neste conjunto 16 empresas com atividades em software exclusivamente na categoria embarcado, assim chamado porque é comercializado "embutido" dentro de um hardware proprietário, grande parte destinada às áreas industrial, de telecomunicações e bancária. Pode ser classificado como embedded, um software complexo que instalado em um computador controla todo um ambiente de equipamentos mais sofisticados; bundled, que acompanha hardware com memória tipo RAM e sistema operacional instalado; e firmware, um software instalado em um chip, categoria não representada nesta pesquisa.
Existem 20 organizações participantes, sendo 13 instituições públicas, que desenvolvem exclusivamente para uso próprio, aqui consideradas face à natureza e volume de suas atividades.
O Anexo 6 apresenta a relação de empresas participantes, organizada regionalmente, com detalhamento para localização (Cidade e Unidade da Federação), atividades no tratamento de software e seu endereço da página web na Internet ou, quando não disponível, e-mail para contato.
A maior concentração de empresas ocorreu na região Sudeste (43%) seguida do Sul (32%), com destaque para os estados de São Paulo (24%), Santa Catarina (13,5%) e Minas Gerais (12%). O Nordeste mantém a participação de 18% conquistada neste mercado, especialmente pela participação de empresas cearenses (10,5%) (vide Tabela 02 e Figura 01).
Mais de 60% das empresas iniciaram atividades em informática na década de 90 ou mais recentemente (vide Tabela 03 e Gráfico 01).
Predominavam empresas privadas (91,5%), havendo no setor público uma concentração das empresas estaduais de processamento de dados (vide Tabela 04).
As empresas participantes não se restringem a atividades ligadas ao software, desenvolvendo diferentes atividades características em Tecnologia da Informação. Mais de 60% atuavam em consultoria e projetos em informática e mais de um quarto prestava serviços de treinamento em informática (vide Tabela 05).
É possível classificar as empresas por porte considerando sua força de trabalho, quer seja efetiva (sócios, dirigentes e empregados efetivos) quanto total (efetivos mais terceiros prestadores de serviço, bolsistas e estagiários), e adotando-se como critério - microempresas (de 1 a 9 pessoas), pequenas (de 10 a 49 pessoas), médias (de 50 a 99 pessoas) e grandes (100 ou mais pessoas).
Cabe ressaltar que houve pequeno ajuste nos limites de classe com relação às faixas utilizadas nas pesquisas anteriores para melhor adequação a valores geralmente praticados.
Sob este critério aplicado à força de trabalho efetiva, confirma-se a predominância de micro e pequenas empresas com percentual igual a 69%, superior aos 61% encontrados quando utilizada a força de trabalho total para obtenção dos portes (vide Tabela 06 e Gráfico 03).
Quando se consideram todas as pessoas da empresa, a distribuição segundo porte tende mais para a direita, com forte inversão na participação das microempresas de 36% para 24% (vide Gráfico 03).
A partir da comercialização bruta anual das empresas, que inclui valores provenientes da comercialização de software e de outros produtos e serviços de Informática ou não, é possível classificá-las por porte, de acordo com a faixa de valores a que pertencem - microempresas (até R$ 120 mil), pequenas (acima de R$ 120 mil a R$ 720 mil), médias (acima de R$ 720 mil a R$ 2,5 milhões) e grandes empresas (acima de R$ 2,5 milhões). Sob este critério, a predominância é de grandes empresas (35%) seguidas por pequenas (25%) e médias empresas (23%) (vide Tabela 07 e Gráfico 04).
Algumas empresas não apropriam receita específica proveniente da comercialização de software, outras não comercializam o software ou não distribuem o valor pelas diferentes categorias de produtos (vide Tabela 08).
A distribuição das empresas por porte, quando considerada a comercialização bruta anual proveniente de software, desloca-se para o lado esquerdo da abscissa no eixo cartesiano, indicando a predominância de pequenas (29%) e microempresas (23%), o que fornece percentual acumulado de 52%, significativamente inferior ao calculado (69%) quando consideradas as pessoas efetivas (vide Tabela 08 e Gráfico 04).
O valor total da comercialização bruta de software das organizações da amostra apurado para o ano 2000 foi de R$1.684 milhões, onde 70% resultou de software sob encomenda (R$1.185 milhões), complementados com valores provenientes fundamentalmente de software pacote (R$357 milhões), movimentados essencialmente no mercado interno brasileiro (vide Quadro 02 e Gráfico 05).
Embora questionado por alguns analistas de mercado, um indicador da produtividade por empregado, utilizado internacionalmente, pode ser obtido a partir da relação entre a receita gerada e o número de pessoas empregadas na empresa. Na Parte III desta publicação, desenvolve-se o conceito da Produtividade Sistêmica que, ao envolver a análise da riqueza gerada (Valor Agregado) e não somente as vendas da empresa, permite analisar a produtividade de forma multifatorial.
A produtividade média por empregado para a totalidade da amostra é de R$ 38 mil, resultado bastante diferenciado quando levado em conta o porte das empresas, segundo os critérios cruzados de comercialização e de pessoal (vide Quadro 03).
Programas da qualidade total, sistemas da qualidade ou similares foram implantados por pouco mais de um quarto das empresas, podendo-se observar um número crescente no processo de implantação a cada ano até 2000, de tal modo que mais de metade desses programas foram implantados após 1997 (vide Tabela 09 e Gráfico 06).
O número de empresas com sistemas da qualidade certificados foi de 80 empresas entre as participantes da pesquisa (18%), sejam certificações específicas ou não para a área de desenvolvimento de software. Há 63 empresas com certificação ISO 9001:1994, 5 com ISO 9001:2000 e 17 com ISO 9002, observando-se que existem empresas com mais de uma certificação vigorando (vide Quadro 04.1).
O Brasil tem participado, por intermédio da ABNT, do processo de padronização de software internacional como membro permanente dos Comitês Técnicos da ISO/IEC/JTC1.
Os Quadros 04.2 e 04.3 apresentam a relação das empresas pesquisadas com certificado ISO com detalhamento do escopo da certificação alcançada e o respectivo organismo certificador. Na primeira tabela, estão incluídas 58 empresas com software, sistema ou similares explicitados no escopo do certificado.
A relação, contendo endereço completo e pessoa para contato, dos Organismos de Certificação de Sistema da Qualidade – OCS, credenciados pelo Inmetro encontra-se disponível no Anexo 9.
Até 2001, 13% das organizações tinham experimentado processo de avaliação de seus produtos de software baseada nas normas ISO/IEC 9126 (versão brasileira NBR 13596) e ISO/IEC 12119, igualmente distribuídos entre avaliação por terceira parte e auto-avaliação (vide Tabela 10).
O Anexo 5 é dedicado à propriedade intelectual, especificamente, à patenteabilidade de programas de computador e ao registro dos direitos autorais, conforme previsto no art. 3° da Lei n° 9.609/98 de 19 de fevereiro de 1998, regulamentado pelo Decreto n° 2.556 de 20 de abril de 1998.
Percentual de 23% das empresas questionadas indicaram proceder ao registro dos direitos autorais de maneira sistemática (16,5%) ou eventual (6,5%) (vide Tabela 11 e Gráfico 07), enquanto 17% já haviam depositado pedidos de patente dos programas de computador junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI, num total de 336 pedidos, sendo que 131 foram feitos por uma única organização (vide Tabela 12 e Gráfico 07).