As parcerias internacionais do Brasil com os EUA e a Rússia possibilitaram que o país selecionasse, em 1998, o primeiro candidato a astronauta brasileiro, e presenciasse, em 2006, a realização de seu vôo à Estação Espacial Internacional (ISS).
Marcos Pontes, tenente-coronel RR da Força Aérea Brasileira, passou oito dias na ISS, onde conduziu experimentos científicos e tecnológicos de instituições de pesquisa do país. Para a Nação, a viagem teve, além do significado científico, um viés histórico ao homenagear, cem anos depois, o pioneirismo de Santos Dumont.
Pontes integrou a Expedição 13, que levou ao espaço na nave russa Soyuz TMA-8 a tripulação formada pelo russo Pavel Vinogradov e o norte-americano Jeffrey Williams.
Os experimentos científicos
A viagem do primeiro astronauta brasileiro trouxe um know-how que até então o Brasil não tinha: preparar experimentos científicos para vôos tripulados. Uma série de profissionais e instituições uniu forças para deixá-los prontos em cerca de seis meses. Oito experimentos foram aprovados em inúmeras sessões de testes feitos tanto no Brasil quanto na Rússia.
Com a realização da Missão Centenário, a comunidade científica teve acesso ao único laboratório orbital existente hoje nas mesmas condições que os pesquisadores dos demais países integrantes da ISS. Este fato os levou a adquirir elevado nível de maturidade na elaboração de experimentos para operação no espaço, envolvendo engenharia e criatividade.
Entre os objetos de estudo, estiveram enzimas, análise da germinação em microgravidade, danos e reparos no DNA, controle térmico, interação protéica, além da análise de sementes de feijão e cromatografia da clorofila, os dois últimos feitos por estudantes.