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Projeto leva mestres de comunidades tradicionais às universidades
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Mestre Maniwa Kamayurá ensina a confeccionar abano indígena. Foto: Leopoldo da Silva/Arquivo INCTI
06/06/2014 - 18:36

Aproximar e possibilitar o diálogo entre o mundo acadêmico e o mundo dos saberes tradicionais.  Levar o conhecimento – acumulado durante séculos pelas comunidades indígenas e africanas, entre outras, e por seus próprios mestres – para a universidade. Esse foi o desafio do projeto Encontro dos Saberes nas Universidades Brasileiras que, criado em 2006, hoje é realidade em cinco instituições federais de ensino superior do país.

 

Uma das atividades bem-sucedidas ocorreu na Universidade de Brasília (UnB), onde funciona o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Inclusão no Ensino Superior e na Pesquisa (INCTI), uma das 126 unidades do Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, executado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Na UnB, a disciplina “Artes e ofícios dos saberes tradicionais” foi inserida na grade acadêmica, ofertada como módulo livre pelo Departamento de Antropologia da instituição. Dividida em cinco módulos, a matéria foi ofertada, nos últimos quatro anos, em oportunidades nas quais mestres de variadas áreas de conhecimento atuaram como professores em matéria regular, com seis créditos, em aulas ministradas três vezes por semana.

Alunos de diversos cursos puderam vivenciar a experiência de ter aulas com mestres de comunidades tradicionais e com professores de disciplinas associadas ao conhecimento. A novidade foi considerada um desafio de grandes proporções, como conta o professor José Jorge Carvalho, que doutor em antropologia social e coordenador do INCT responsável pelo projeto.

Isso devido à distância que separa o mundo acadêmico – altamente letrado e centrado exclusivamente nos saberes derivados das universidades ocidentais modernas – e o mundo dos saberes tradicionais, centrado na transmissão oral e que preserva saberes de matrizes indígenas e africanas e de outras comunidades tradicionais. “Uma iniciativa revolucionária, pois se trata de um modelo novo sem precedentes”, comenta.

Multidisciplinar

Entre os líderes tradicionais, passaram pelo projeto os mestres: Benki Pianko (da comunidade Ashaninka, do Acre, conhecedor de técnicas de reflorestamento), Maniuwa Kamayaurá (do Xingu, conhecedor de arquitetura e engenharia, especialmente das tradicionais casas xinguanas), Biu Alexandre (de Pernambuco, da área de artes cênicas – sobre o folguedo cavalo marinho), Zé Jerome (de São Paulo, congado e moçambique, da área musical), Lucely Pio (de Goiás, quilombola, sobre plantas medicinais), Casimiro Tukano (xamã do Alto Rio Negro, sobre cosmovisão dos índios do Rio Negro) e Antônio Bispo (quilombola, filósofo, especialmente sobre desenvolvimento e biointeração).

Saiba mais sobre o INCTI e sobre a chamada lançada nesta sexta-feira (6) pelo ministro Clelio Campolina Diniz que desenha o novo formato Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia. 

 

Texto: Denise Coelho – Ascom do MCTI

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