Hábitos adequados podem garantir a qualidade de produtos de origem animal e prevenir doenças. Para ajudar os ribeirinhos a aperfeiçoar essa prática e melhorar a qualidade do leite, a pesquisadora Sara Rufino, do Instituto Mamirauá, ministrou oficinas de ordenha manual na Reserva Amanã, nas comunidades São João do Ipecaçu e Santo Estevão.
As oficinas, na semana passada, trataram de cuidados antes da ordenha, como manter o local limpo e arejado, assear o animal e limpar os apetrechos utilizados. Também abordaram pontos durante a extração, como ordenar corretamente os animais, limpar o úbere, desprezar os primeiros jatos de leite – bem como o leite de animais doentes e em tratamento – e evitar escovação ou distribuição de ração durante o processo. E cuidados após a ordenha, como colocar as tetas em solução de glicerina iodada e higienizar os vasilhames e utensílios.
Apesar de a ordenha ser uma tarefa secundária para os pequenos criadores da Reserva Amanã, no período de lactação dos animais a atividade se torna valorizada e revela potencial organizacional. Doutoranda em engenharia de processos, Sara Rufino explica que a oficina visou esclarecer a importância da higiene em todas as etapas do processo. “Tudo que tem relação à qualidade do leite. Bem como algumas zoonoses, importância e benefícios da pasteurização do leite", pontua a pesquisadora.
As oficinas realizadas pelo Programa de Manejo de Agroecossistemas fazem parte das ações do projeto Participação e Sustentabilidade: o Uso Adequado da Biodiversidade e a Redução das Emissões de Carbono nas Florestas da Amazônia Central (BioREC), desenvolvido pelo Instituto Mamirauá com financiamento do Fundo Amazônia. Ao todo, 22 ribeirinhos participaram da conscientização.
Texto: Everson Tavares – Ascom do Instituto Mamirauá