Os ministros Geneviève e Mercadante assinam acordo. Foto: Augusto Coelho/Ascom do MCTI
O programa Ciência sem Fronteiras (CsF), do governo federal, ganhou reforço na França, a partir desta quinta-feira (12), com novos memorandos de entendimento que visam ampliar o intercâmbio de estudantes e pesquisadores entre o Brasil e o país europeu. Os acordos foram assinados em cerimônias
no Palácio do Planalto e no Museu Nacional, em Brasília, com presença do presidente francês, François Hollande.
Os atos preveem a oferta de estágios para estudantes do CsF em empresas na França e no Brasil, o mestrado profissional em instituições do país europeu e o lançamento do curso online Francês sem Fronteiras, para facilitar o aprendizado do idioma. Também está prevista a vinda de 20 professores franceses ao país para realização de cursos presenciais nas universidades que não trabalham com a língua francesa.
Os documentos de cooperação bilateral foram assinados pelo ministro da Educação brasileiro, Aloizio Mercadante, e pela ministra de Ensino Superior do país europeu, Geneviève Fioraso. O encontro no Museu Nacional teve a participação do reitor da Universidade de Brasília (UnB), Ivan Camargo, e de bolsistas do CsF.
Aloizio Mercadante classificou como “extraordinário” o balanço da parceria com França, para onde já foram enviados quase 5 mil bolsistas pelo programa Ciência sem Fronteiras. “É uma correlação muito rica na área da educação. Existe muita tradição nesta relação entre Brasil e França e que, hoje, estamos renovando e ampliando”, afirmou o ministro ao falar da ligação histórica entre os dois países.
“Brasil e França, pela sua história, se prepararam para enfrentar o desafio da democracia e do desenvolvimento. Hoje o desafio é a globalização”, disse Hollande, que destacou o papel da educação nesse processo e a importância da parceria. “A França se orgulha em ser o terceiro país a receber mais estudantes brasileiros, e o primeiro da Europa. Queremos duplicar essa presença”, disse.
Experiência
O reitor Ivan Camargo, que estudou e trabalhou na França, falou da sua ligação pessoal e profissional com o país e reforçou a relevância da troca de experiências entre as nações. “O intercâmbio talvez seja a única forma de alcançarmos a fraternidade e a diplomacia entre os países”, comentou. “O Brasil melhorou muito e tenho certeza que o estudante francês terá [aqui] o mesmo orgulho que tive de estudar na França”, recomendou.
Na solenidade, estudantes e pesquisadores dos dois países que tiveram a mesma oportunidade falaram da experiência usando expressões nas duas línguas. Para a recém-graduada em engenharia química Renata Souza, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – que fez o intercâmbio durante dois anos –, o período no país europeu foi importante não apenas para o seu desenvolvimento acadêmico e profissional como também para crescimento pessoal.
“Apesar do medo inicial, a experiência foi maravilhosa. Além do contato com as novas culturas, a independência que desenvolvi foi o ponto mais importante”, disse a jovem, que atualmente trabalha na equipe de pesquisa na área de biocombustíveis na PSA Peugeot Citroën.
Já o estudante francês Florentin Kuharczak, de 22 anos, contou ter aprendido a gostar da cultura brasileira ainda em seu país, mas que outros motivos o fizeram escolher o Brasil para dar prosseguimento aos estudos. Ele está no final do curso de mecatrônica na Télécom Phycom Strasbourg e faz intercâmbio na UnB, patrocinado com bolsas dos governos francês e brasileiro.
“A opção foi também porque eu acredito muito no potencial de crescimento do Brasil, tanto social quanto econômico”, afirmou o estudante, que planeja ficar no país, participar de um projeto em robótica cirúrgica e está, atualmente, à procura de um estágio.
Denise Coelho – Ascom do MCTI