O crescimento populacional e o aumento de habitantes nas grandes cidades criam problemas que causam impacto na sociedade e no meio ambiente. Os desafios para o desenvolvimento global sustentável, segundo cientistas que estão reunidos no Rio de Janeiro para o Fórum Mundial de Ciência (FMC) 2013, poderão ser superados por engenheiros capacitados, mas é preciso haver mudanças na formação desses profissionais. As questões foram debatidas nesta terça-feira (26), no painel “A ciência e a formação de engenheiros”.
A avaliação geral é a de que o ensino das engenharias deve mudar. Para o vice-presidente da Royal Society of Edinburg (Escócia), Tariq Durrani, os profissionais devem ter formação multidiciplinar. “Temos problemas para solucionar que necessitam de conhecimento em física, química e engenharia civil. Essa abordagem valoriza as habilidades e atitudes e promover o trabalho em equipe”.
Também foram apontadas alterações na educação básica para despertar o interesse das crianças por disciplinas na área de exatas. O matemático Patrício Felmer, pesquisador na Universidade do Chile, acredita que as escolas devem iniciar mais cedo o contato dos alunos com as disciplinas científicas.
“Entre seis e 12 anos de idade, as crianças podem fazer experimentos mais simples dentro da sala de aula. Essas ações despertam a curiosidade e o interesse pela a área de exatas”, afirmou. No entanto, ele reconhece ser necessário promover uma “revolução pedagógica”, a começar pelos equipamentos disponíveis, passando pela capacitação de professores para os momentos interativos e a participação dos pais e da comunidade escolar no dia a dia da instituição.
Daya Reddy, presidente da Academia de Ciências da África do Sul, defendeu a educação como alicerce para o desenvolvimento. “O papel da educação é inquestionável para o crescimento de um país. Devemos proporcionar aos alunos uma base sólida para construir o conhecimento e a capacidade de pensar e analisar criticamente”.
No Brasil, uma das iniciativas educacionais que mais envolvem crianças é a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), promovida pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Na edição deste ano da Obmep, 18,7 milhões de jovens de 47,1 mil escolas de todo o país participaram da competição. As provas são dirigidas aos alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e aos estudantes do ensino médio de escolas municipais, estaduais e federais.
Eles concorrem a prêmios de acordo com o desempenho. Além de medalhas, os candidatos têm a oportunidade de participar dos programas de iniciação científica júnior (PIC-Obmep) e de iniciação científica e mestrado (Picme).
Texto: Felipe Linhares – Ascom do MCTI