O uso de métodos alternativos de cultivo de matrinxã juvenil em água corrente intermitente (não contínuo) mostrou que o peixe que recebe estímulo natatório tem um ganho de peso de 30% a mais comparado com o matrinxã sedentário, tendo inclusive o melhor aproveitamento da ração.
Esse é um dos resultados que constam no artigo “Efeito da quantidade de proteína na dieta e treinamento físico sobre parâmetros fisiológicos e zootécnicos de matrinxã (Brycon amazonicus)”, publicado na Acta Amazônica, revista científica multidisciplinar do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/ MCTI).
Assinado pelo estudante de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Biologia de Água Doce e Pesca Interior (PPG-BADPI) do Inpa Márcio Ferreira e pelos pesquisadores Paulo Henrique Aride, Maria de Nazaré da Silva e Adalberto Val (diretor do instituto), o estudo também apontou que a aplicação simultânea do aumento da quantidade de proteína na dieta do matrinxã e o treinamento físico do peixe geram maiores acúmulos de gorduras no filé.
Verificou-se, ainda, que o estímulo natatório deixou os exemplares mais resistentes ao estresse, um dos entraves à sua criação em cativeiro. Para chegar a esses resultados, a pesquisa reproduziu em laboratório o método de cultivo em canal de igarapé, modo predominante na região norte do Amazonas, utilizando caixas d’água circulares, nas quais foi gerada, a partir de bombas, correnteza, fazendo com que os peixes fossem forçados a nadar contra ela, mas com interrupções periódicas.
Um dos desafios agora é testar os resultados em escala real. Leia mais.
Texto: Cimone Barros – Ascom do Inpa