O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia da Biodiversidade Amazônica (INCT Cenbam) e o Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio) lançaram um livro destinado ao detalhamento da experiência de mais de uma década de implementação do Sistema Rapeld na Amazônia brasileira. O método consiste na formulação de inventários rápidos em projetos ecológicos de longa duração.
O livro, intitulado Biodiversidade e Monitoramento Ambiental Integrado, usa ilustrações e linguagem simplificada para abordar questões que levaram ao desenvolvimento do sistema, a inclusão da pesquisa no sistema social, a organização espacial e representações da diversidade biológica e o monitoramento ambiental.
"O monitoramento da biodiversidade não é meramente uma empreitada acadêmica. Ainda que a representação da biodiversidade, a estrutura espacial e a integração com informações sobre o ambiente sejam temas essenciais, é imprescindível pensar no contexto político em que serão tomadas as decisões e em como incorporar parceiros, já que os pesquisadores têm uma capacidade limitada de ação", comenta o coordenador do INCT, William Magnusson.
O Rapeld aborda a padronização espacial, considerada pelos pesquisadores crucial para as decisões de estruturação das políticas públicas, pois permite a flexibilidade e a inovação. "O primeiro grande desafio deve ser o de integrar os diferentes tipos de monitoramento", diz Magnusson. "Um sistema efetivo necessita integrar todos os aspectos simultaneamente através de muitas escalas diferentes. Os avanços na tecnologia da informação não são suficientes para realizar isso."
Pensamento lateral
Segundo avalia, a ciência tornou-se extremamente linear, e a pesquisa, focada em estudos normativos com entradas e saídas restritas. "Temos que reaprender a pensar lateralmente. É fundamental planejar o gerenciamento dos dados para potencializar o uso e garantir sua longevidade", conclui.
Com prefácio do pesquisador Stuart Pimm, o livro está disponível em português e inglês para download gratuito. Foi financiado pelas fundações de Amparo à Pesquisa da Amazônia (Fapeam) e de São Paulo (Fapesp), e a instituição EU BON, pertence à União Europeia.
Texto: Ascom do CNPq