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Matemáticos defendem didática que atraia alunos
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Fernando Codá, que será plenarista no Congresso Internacional de Matemáticos. Foto: Giba/Ascom do MCTI
20/08/2013 - 20:17
Pesquisadores que representarão o Brasil no próximo Congresso Internacional de Matemáticos, marcado para 2014, na Coreia do Sul, avaliam que o ensino da matéria de forma lúdica é essencial para atrair os estudantes.

“A matemática às vezes assusta porque ela é vista como uma disciplina em que você tem que decorar as fórmulas para depois aplicar as regras”, comenta o alagoano Fernando Codá. “Se os professores incentivassem mais a criatividade com os alunos, o lado divertido da matemática, essa imagem poderia mudar.”

Pós-doutor em matemática pela Universidade de Stanford na Califórnia, Estados Unidos, Codá é pesquisador do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa) e professor de pós-graduação.

Para o doutor em matemática pela Universidade de Novosibirsk, Rússia, Mikhail Belolipetskiy, a oportunidade de aulas fora da grade curricular contribuiu para revelar a paixão dele pela disciplina. “Na minha experiência foi decisivo o contato com pesquisadores que ofereciam aulas extracurriculares em nossa escola.

Tudo começou no ensino médio, embora naquela época eu estivesse mais interessado em computadores e informática”, lembra Belolipetskiy, que está no Brasil há dois anos e é pesquisador associado do Impa.

Os dois também destacam a importância do intercâmbio acadêmico como forma de alavancar as pesquisas na área da matemática no Brasil. Para Belolipetskiy, “o Brasil deve facilitar que professores e pesquisadores estrangeiros possam vir trabalhar no país”. Na avaliação de Codá, o país está no caminho certo, mas é preciso mais incentivos. “É importante trazer pesquisadores de fora e mandar gente daqui para fora também para ter o intercâmbio com o que está acontecendo em outros lugares”, pontua.

Junto com o pesquisador associado do Impa Mikhail Belolipetskiy, eles foram recebidos pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, nesta terça-feira (20).

Pesquisas

Durante o congresso internacional na Coreia, Fernando Codá vai falar como plenarista sobre seu último trabalho, a Conjectura de Willmore. “É um problema que estava sem solução desde 1965, que a gente conseguiu confirmar recentemente”, explica.

O trabalho envolve cálculos para configurar objetos tridimensionais parecidos com pneus, com um buraco no meio, cujas curvas apresentam uma energia elástica natural. A descoberta vai refinar os modelos biológicos de comportamento das membranas celulares, por exemplo.

Com a pesquisa, Codá é apontado pela comunidade matemática internacional como candidato à Medalha Fields, juntamente com o pesquisar Artur Ávila. Considerado o equivalente ao Nobel da área, o prêmio é restrito a matemáticos com menos de 40 anos.

Mikhail Belolipetskiy, por sua vez, vai expor seu trabalho em complexidade e simetrias de variedades hiperbólicas. “Estas variedades vivem em dimensões altas e são muito difíceis de visualizar, mas podemos estudá-las através de métodos matemáticos”, conta. Segundo explica, as propriedades dos espaços hiperbólicos são importantes para estudos na física teórica e na biologia, por exemplo.

O terceiro palestrante da instituição brasileira, Vladas Sidoravicius, conta que trabalha com sistemas considerados muito complexos, que podem ajudar a explicar, a longo prazo, fenômenos na medicina e na área computacional, entre outras. Leia mais.

Sistemas dinâmicos e combinatória

Carlos Gustavo Moreira, que não pôde estar na reunião hoje, também faz parte do grupo que participará do congresso. O pesquisador tem experiência na área de matemática, com ênfase em sistemas dinâmicos, combinatória e aproximações diofantinas, e possui uma longa trajetória de formação no Impa.

Graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, o matemático deu continuidade aos estudos no instituto, onde fez mestrado e doutorado, no início dos anos 1990, e hoje atua como pesquisador titular.

Moreira é membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e coordenador-geral da Comissão de Olimpíadas de Matemática da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), entidade da qual integra o conselho diretor. É também membro afiliado da Academia de Ciências para o Mundo em Desenvolvimento (Twas, na sigla em inglês).

Realizado de quatro em quatro anos pela União Internacional de Matemática, o Congresso Internacional de Matemáticos é o principal evento dessa área do conhecimento. Nele é que se concede a Medalha Fields. Até hoje, o Brasil teve 13 pesquisadores do Impa e um da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) convidados a palestrar.

Em algumas edições, o país participou do encontro com dois matemáticos. A presença de quatro pesquisadores entre os palestrantes é conseguida por pouquíssimas instituições de ensino e pesquisa, mesmo entre as de países desenvolvidos e com muita tradição em matemática.

 

Texto: Amanda Mendes – Ascom do MCTI

 

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Mikhail Belolipetskiy na audiência com o ministro Raupp. Foto: Giba/Ascom do MCTI
Mikhail Belolipetskiy na audiência com o ministro Raupp. Foto: Giba/Ascom do MCTI
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