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Software desenvolvido pelo CTI recria rosto de ancestrais
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Um das reconstituições elaboradas com o InVesalius. Imagem: Divulgação
02/08/2013 - 18:27
Saber como eram os nossos ancestrais e conhecer o rosto de habitantes primitivos que viveram há milhões de anos na terra. A curiosidade dos cientistas aliada à tecnologia e à arte permitiu trazer à tona as feições dos antepassados da raça humana. É o que visitantes puderam conferir, neste mês de julho, na exposição Faces da Evolução, no Museu Egípcio e Rosacruz, em Curitiba. 

Réplicas de crânios – que fazem parte do acervo do Museu Arqueológico de Ponta Grossa (PR) – foram construídas com o uso de um software livre desenvolvido pelo Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), de Campinas (SP), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

No caso da reconstrução da face dos hominídeos, o trabalho contou com o auxílio do artista gráfico Cícero Moraes e do arqueólogo Moacir Elias Santos. Para isso, os retratos dos crânios, em alta qualidade, foram escaneados para a conversão tridimensional (3D). A primeira reconstrução realizada foi a de um Australopithecus afarensis, que viveu entre 2,5 a 3,9 milhões de anos atrás.

Aplicações

O InVesalius, como é chamado o software, já foi usado em pesquisas em múmias e na reconstrução da ossada de um crocodilo pré-histórico. O coordenador da Divisão de Tecnologias Tridimensionais do CTI, Jorge Vicente da Silva, recorda que o trabalho de reconstituição da face de hominídeos foi inicialmente feita na década de 1920 na Rússia e nos Estados Unidos com meios rústicos como argila e marcadores.

“Com o surgimento e a popularização dos computadores começou-se a empregar técnicas digitais utilizando softwares de modelagem tridimensional”, relata.

O software público foi desenvolvido integralmente pelo CTI em 2001. A tecnologia já vinha sendo utilizada na área de saúde para auxiliar no diagnóstico e no planejamento cirúrgico, especialmente no caso de pessoas que sofreram deformações, em função de acidentes ou traumas, por exemplo.

A partir de imagens obtidas com equipamentos de tomografia computadorizada ou ressonância magnética, o programa permite criar modelos virtuais em três dimensões (3D) para posterior produção de próteses correspondentes às estruturas anatômicas dos pacientes.

“As imagens importadas são empilhadas, gerando um volume tridimensional. Então o especialista tem a oportunidade de escolher o tipo de tecido, órgão ou região que deseja visualizar para um diagnóstico ou planejamento cirúrgico”, explica Silva. “Esses modelos virtuais podem ser exportados para equipamentos de impressão tridimensional de forma que o especialista tenha uma replica física nas mãos”, afirma.

Desde o início do projeto, o CTI trabalha com hospitais de todo país por meio do planejamento e protótipos médicos (chamados biomodelos) enviados para a rede pública de saúde. “Os cirurgiões nos contatam e encaminham as imagens médicas indicando a região de interesse e as necessidades e complexidade da cirurgia”, conta o coordenador. O uso na medicina foi mostrado no estande da unidade de pesquisa na 65ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

“São inúmeras as aplicações com a tecnologia. É possível reconstruir partes do sistema respiratório, cardíaco e digestivo. Além da medicina, o software já auxiliou em patologias veterinárias e a tomografar objetos e materiais industriais”, finaliza.

Repercussão

Jorge Vicente da Silva conta que o trabalho passou a contar com o apoio do Ministério da Saúde, a partir de 2009, com recursos parciais para desenvolvimentos, difusão e treinamentos aos usuários destas tecnologias. Segundo o CTI, somente em 2012 foram atendidos 500 casos médicos.

O instrumento virtual pode ser acessado no Portal do Software Público Brasileiro, que é gerenciado pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). Hoje a comunidade do InVesalius no portal reúne mais de 6 mil membros, usuários da ferramenta, distribuídos em 80 países. O CTI também disponibiliza o programa para download na página do centro em língua inglesa.

Outra unidade de pesquisa do MCTI, o Instituto Nacional de Tecnologia (INT), usa técnicas 3D para transformar projetos em objetos e para atualizar as medidas antropométricas da população brasileira.

 

Texto: Amanda Mendes e Denise Coelho – Ascom do MCTI
 

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O programa trouxe à tona as feições de antepassados do homem moderno. Imagem: Divulgação
O programa trouxe à tona as feições de antepassados do homem moderno. Imagem: Divulgação
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