Para que o corpo humano tenha saúde, é preciso cuidar de cada componente seu. A medicina da conservação, que tem esse objetivo, também pode ser aplicada em animais. Esse é o foco de parceria do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá com o Instituto Brasileiro para Medicina da Conservação – Tríade, que realiza seu próximo trabalho conjunto em Tefé (AM), a partir de segunda-feira (24).
"Faremos uma série de avaliações bioquímicas em quelônios e crocodilianos a partir de um banco de soro que o Instituto Mamirauá armazenou em alguns meses de trabalho de campo", conta o diretor-presidente da Tríade, Paulo Rogério Mangini. Com essas análises os institutos esperam conhecer melhor os parâmetros fisiológicos e de saúde desses animais. "Alguns dos dados também poderão contribuir para estratégias de manejo dessas espécies", completa Mangini.
Após as análises, o Projeto Aquavert, desenvolvido pelo instituto com patrocínio da Petrobras, produzirá relatórios com dados inéditos. "Os dados gerados têm uma função dentro da conservação de espécies abordada pelo Aquavert. Procuramos, através desses resultados, identificar problemas de saúde dos animais, que podem estar relacionados com questões ecológicas locais – como os ciclos de cheia e seca –, a diversidade das espécies e outros", explica o pesquisador.
Entre 8 e 16 de julho será ministrado um curso buscando aperfeiçoar os profissionais locais em técnicas de pesquisa em vertebrados aquáticos, incluindo coleta, armazenamento e processamento de amostras biológicas em campo. "Isso é muito importante na conservação: saber como coletar e como avaliar os resultados", diz.
Parceria
O trabalho do Instituto Mamirauá com o tema de medicina da conservação começou em 2008, com participação no edital One World One Health (Um Mundo, Uma Saúde), da Wildlife Conservation Society, com projeto de saúde da fauna associada à saúde ambiental. Leia mais.
Texto: Lilian Wiczneski – Ascom do Instituto Mamirauá