Belém sedia até esta sexta-feira (26) o 6º Congresso Internacional de Estudos Linguísticos e Literários da Amazônia (Ciella). Com o tema “Fronteiras linguísticas e literárias na América Latina”, o evento acontece na Universidade Federal do Pará, com participação de pesquisadores e bolsistas do Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG/MCTI).
Na Amazônia, são inúmeras as línguas ameaçadas de extinção, seja no Brasil ou em países vizinhos. Etnias com população reduzida e de idade avançada perdem a condição de preservar idiomas plenos de significado e reveladores de identidade conhecidos de poucos. Pesquisas da linguística do Museu Goeldi consolidam estudos voltados para a preservação dessas línguas.
Eles usam do conhecimento científico e de ferramentas disponíveis na tecnologia contemporânea para aprofundar a análise das estruturas de cada língua e para estabelecer bases de dados que, além de registrar a existência, forneçam elementos de análise para futuras pesquisas.
Do registro escrito ao sonoro, passando pela análise sintática e morfológica, pesquisadores do Museu Goeldi contribuem para o reconhecimento de línguas indígenas amazônicas como patrimônio da cultura da humanidade.
Investigação e registro
Os trabalhos objetivam entender diferenças, registrar línguas ameaçadas de extinção e permitir que, no futuro, não só tenha a informação de que línguas como Mekens, Djeoromitxi e Itonama existiram, mas que também se conheçam palavras e seus significados, e os sons como emitidos pelos últimos falantes.
De que forma e a partir de que elementos se diferenciam as línguas de populações indígenas amazônicas das línguas africanas, asiáticas e austronésias (faladas por populações da Oceania)? Segundo o pós-doutorando Hein van der Voort, do MPEG, as línguas amazônicas são detentoras de um sistema léxico-gramatical que combina características tanto do sistema fechado africano como do asiático mais aberto. Leia mais.
Texto: Jimena Felipe Beltrão – Agência Museu Goeldi