O Brasil e a Alemanha desenvolvem conjuntamente o Projeto sobre Energia Solar Concentrada (CSP), que visa instalar uma usina piloto e uma espécie de “campo solar” em Petrolina (PE).
A tecnologia conhecida no mercado internacional como CSP (Concentrated Solar Power) foi batizada no Brasil de energia heliotérmica, e consiste no uso do calor do sol e de espelhos para captar a radiação.
Segundo o coordenador de Tecnologias Setoriais de Energia da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (Setec/MCTI), Eduardo Soriano, os estudos para a elaboração da energia heliotérmica no Brasil estavam sendo articulados antes da cooperação com a Alemanha.
Soriano explica que o potencial da cidade pernambucana para receber o CSP foi identificado por meio de medições de energia solar e levantamentos feitos com empresas do setor elétrico na região Nordeste do país.
Há dois anos, um acordo assinado pelo MCTI e pelo Ministério de Minas e Energia (MME) resultou no aporte de R$ 23 milhões para a construção da usina piloto, tendo como parceiros a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel). Do total de recursos, R$ 18 milhões são oriundos do MCTI, via a agência Finep, e R$ 5 milhões são do governo de Pernambuco.
Planejamento
O projeto está em fase de planejamento e de seleção das equipes de profissionais. Por meio da cooperação com a Agência de Cooperação Internacional do Governo da Alemanha (GIZ) serão investidos mais € 9 milhões na capacitação de recursos humanos, em especial, de gestores públicos.
Outros parceiros brasileiros serão envolvidos no processo de planejamento e de inserção da tecnologia no país, como a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
“A ideia é criar um conjunto de ações que capacitem o Brasil a desenvolver, utilizar e introduzir essa nova forma de energia na economia brasileira”, diz o coordenador do MCTI.
A intenção, acrescenta Soriano, é a de que o projeto seja expandido posteriormente, com a implantação, no mesmo complexo, de uma segunda usina solar fotovoltaica. “Pretendemos ter um centro de demonstração de tecnologias na área solar que, no futuro, possa se transformar num centro de pesquisa”.
O assunto fez parte das discussões 3ª Reunião do Acordo Brasil-Alemanha sobre Cooperação no Setor de Energia com Foco em Energias Renováveis, realizada nesta quarta (10) e quinta-feira (11), no Palácio do Itamaraty.
Texto: Denise Coelho – Ascom do MCTI