Biopeça para enraizamento de plantas. Foto: Gil Vieira
Em 2012, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) depositou sete pedidos de patente. Dentre eles estão pesquisas relacionadas ao campo de biologia e farmácia. Patentes constituem uma forma de proteção intelectual com a finalidade de incentivar o desenvolvimento econômico e tecnológico.
"O objetivo não é só captar projetos para a proteção intelectual. Além disso pretendemos dar visibilidade a essas pesquisas para o setor produtivo, para que possam conhecer o que o Inpa está desenvolvendo e disponibilizar para a sociedade e para a indústria", afirma a coordenadora de Extensão Tecnológica e Inovação do Instituto, Rosângela Bentes.
A coordenação já depositou 59 patentes ao todo e 83 produtos dessas patentes sendo parte em parceria com outras instituições públicas para a proteção dessas patentes. Segundo Rosângela, o processo da proteção prevê três critérios primordiais para um produto ou processo ser patenteado: novidade, atividade inventiva e aplicação industrial. Após o processo, as patentes podem ser disponibilizadas na forma de licenciamento de patentes, na transferência de “know how” ou na prestação de serviços, de tal forma que contribua para a melhoria da qualidade de vida da sociedade.
Novo alcaloide
De acordo com a coordenadora, as sete patentes depositadas de 2012 mostraram importantes avanços em diversos campos. Como exemplo, a substância de caráter básico derivada de uma planta, denominada de alcaloide, descoberta pela pesquisadora Cecília Nunez, pertencente ao campo da química e da biologia.
O novo alcaloide foi extraído da espécie Duroia macrophyllan e os estudos vêm sendo realizados desde 2006. “É a primeira descrição dessa substância na natureza e ela poderá ser usada, futuramente, como um anticancerígeno”, frisa Cecília.
Outra pesquisa, realizada por José Francisco de Carvalho, Andreia Varmes, Márcio Viana e Luis Augusto Gomes, foi sobre a nova lectina – classe de proteínas que se ligam a carboidratos, universalmente presente em plantas (e animais) – obtida a partir de uma biomolécula com característica de marcador bioquímico da evolução de plantas da família Fabaceae que, funcionalmente, tem potencial atividade antifúngica, além de apresentar ação antiproliferativa de células tumorais.
Já no campo da engenharia agrícola, os pesquisadores Gil Vieira, Rodrigo Pinheiro e Newton de Souza Falcão patentearam a invenção de uma biopeça que facilita o enraizamento de plantas propagadas por microestaquia – perfuração de pequenas estacas de caule, raiz ou folha no solo –, por fornecer um ambiente em que a retenção da umidade do solo proporciona melhores condições de enraizamento, auxiliando de forma eficiente na propagação vegetativa.
Leia mais.
Texto: Raiza Lucena – Ascom do Inpa