Os pesquisadores Feranside (ao microfone), Ferreira e Maria Teresa no debate. Foto: Eduardo Gomes/Inpa
A discussão das principais potencialidades e demandas existentes na região para o desenvolvimento da ciência e seu impacto social e econômico na vida dos amazônidas movimentou o segundo dia do 3° Encontro Preparatório para o Fórum Mundial de Ciência nesta quinta-feira (29). O evento em Manaus segue até esta sexta (30) na sede do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI).
Os debates reuniram os pesquisadores Philip Fearnside, da área de ciências biológicas, e Maria Teresa Fernandez Piedade, da área de ecologia – ambos do Inpa –, e Sylvio Mario Puga Ferreira, especialista em ciências econômicas, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Eles abordaram o tema “Trópico úmido: singularidades, potencialidades, demandas para seu desenvolvimento e o papel da ciência”.
Fearnside destacou a importância da definição do que é realmente singular e relevante na Amazônia. “O desafio para muitos cientistas ainda é saber o que é realmente singularidade e o que não é. É conhecer a fundo o que de certo está acontecendo em todas as partes. E, dessa forma, contribuir para manter e reforçar os serviços ambientais na região”, afirmou.
O pesquisador ressaltou o papel da pesquisa no desenvolvimento científico da região. Segundo ele, o empenho em inovação não deve ser apenas para criar patentes, mas também para construir ideias que contribuam para o desenvolvimento da ciência.
Perspectivas
Setores como a pesca, agricultura, pecuária e silvicultura foram apontados como as principais potencialidades da região e destacadas por Maria Teresa em sua palestra. De acordo com a pesquisadora, tais recursos se encontram de forma mais relevante nas áreas alagadas da região e estão muito presentes na vida econômica e social dos ribeirinhos. “As áreas alagáveis, em geral, e as amazônicas, em particular, oferecem diversos serviços ambientais altamente válidos para o homem. De uma maneira geral, os ribeirinhos estão bastante adaptados a estes aspectos da Amazônia”, analisou.
No panorama econômico, Ferreira explanou sobre as principais iniciativas e esforços realizados na região para o desenvolvimento científico e econômico. “É notório que vários esforços têm sido realizados na região, mas esses esforços não devem ser restritos à ciência e à tecnologia. Também devem contribuir para a difusão das cadeias produtivas locais”, destacou. Ontem, a importância da educação de qualidade para o avanço científico foi tema central.
Saiba mais sobre o encontro em Manaus e o Fórum Mundial de Ciência.
Texto: Janaina Karla – Agência Fapeam