Diversos órgãos e empresas do governo federal participam, nestas segunda e terça-feiras (2 e 3), da 3ª Reunião Técnica do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden/MCTI). O encontro, em Fortaleza, discute assuntos relacionados aos impactos dos extremos climáticos na produção agrícola brasileira, especialmente sobre demandas setoriais nacionais, principais deflagradores de colapso de produção, sistemas de apoio à decisão e fontes de informações sobre o problema.

O evento promove um amplo debate sobre o monitoramento dos agentes que desencadeiam desastres naturais e sobre as atividades de integração, modelagem e análise dos dados necessários para a identificação de riscos iminentes. "A opção por fazer no Nordeste reflete a condição de região em que o monitoramento de secas e a questão da segurança alimentar são mais sensíveis", explica a coordenadora-geral de Articulação Institucional do Cemaden, Regina Alvalá. O governo do Ceará apoia a reunião por meio da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), cujo presidente, Eduardo Martins, fará a abertura.

"A ideia é contribuir para a integração entre os principais atores envolvidos com o tema", diz Regina Alvalá. A médio prazo, o objetivo é estabelecer uma rede de pesquisadores e gestores que possa contribuir com o desenvolvimento de ferramentas capazes de prover as bases para estratégias de redução desses desastres.

Outros dois coordenadores-gerais do Cemaden estão presentes: Carlos Frederico Angelis (Operações e Modelagem) e Javier Tomasella (Pesquisa e Desenvolvimento). Além do centro, participam pelo MCTI o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Instituto Nacional do Semiárido (Insa).

O governo federal estará representado por mais dois ministérios – Desenvolvimento Agrário e Agricultura, Pecuária e Abastecimento  –, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Agência Nacional de Águas (ANA), Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), o Banco do Nordeste (BNB) e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (Iica) completam a lista de instituições reunidas.

Parcerias

O Cemaden, criado em 2011, tem acordos de parceria técnica firmados com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), do Ministério da Agricultura; o Centro Nacional de Gerenciamento de Desastres Naturais (Cenad), do Ministério da Integração Nacional; o Departamento de Controle de Tráfego Aéreo (Decea), do Ministério da Defesa; O Japan International Cooperation Agency (Jica); o Joint Research Centre (JRC), da União Europeia; e o Planetary Skin Institute (PSI). Estão em tramitação outros 11 acordos, com órgãos e empresas federais e estaduais.

"O planejamento para o futuro próximo inclui a busca de parcerias com uma série de instituições, em especial universidades e institutos", diz a coordenadora de Articulação Institucional do Cemaden, Regina Alvalá. "São instituições que produzem dados de diversas naturezas, como os de radares, de mapeamento de áreas de riscos, meteorológicos, hidrológicos e ecológicos, além dos relativos a ocorrências e análise de valores limiares críticos de chuvas que desencadeiam processos que levam a deslizamentos, inundações e enxurradas."