Crédito: Lecino Filho - Ministro Mercadante no lançamento da Escola Virtual do Mercosul
Foi lançada nesta terça-feira (6), em Brasília, a Escola Virtual do Mercosul, rede de formação e capacitação virtual, integrada por especialistas e instituições com representação nos quatro países do bloco, que tem como objetivo desenvolver a economia digital e promover a integração econômica nesse âmbito.
A escola é um dos principais resultados do projeto Mercosul Digital, iniciativa de cooperação internacional entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, e conta com financiamento para 27 meses. Envolve cursos de capacitação online, serviços de informação e comunidades de prática, para micro, pequenos e médios empresários, instituições de ensino e pesquisa, e organizações, dos setores privado e público, nas esferas federal, estadual e municipal, além de atores da sociedade civil.
As temáticas desenvolvidas prioritariamente são da área de comércio eletrônico e abordam assuntos como negócios pela internet, segurança em assinatura digital e eletrônica, redes sociais e posicionamento web, aspectos legais, regulatórios, tributários e alfandegários de comércio eletrônico. Como principais beneficiários, estão listados: empreendedores, produtores rurais, associações profissionais e organizações públicas que promovem pequenos negócios ou a sociedade da informação.
O diretor da Fundação espanhola Centro de Educação à Distância para o Desenvolvimento Econômico e Tecnológico (Ceddet), Miguel Ángel Feito Hernandez, destacou que o setor em questão “tem grande potencial de criar riqueza e é motor de integração econômica e social entre países”. A instituição lidera o consórcio responsável pelo projeto.
O ministro Mercadante disse que a integração na área de tecnologia da informação se inspira na história da União Europeia e em sua busca de se transformar na região mais competitiva na “economia da informação e do conhecimento”. Ele observou que o Brasil, por sua vez, é líder no que diz respeito à economia do conhecimento natural, mas que o país e o bloco não podem se acomodar na posição de produtores e exportadores de comodities. “Nós temos que olhar para a economia do futuro, para a economia do conhecimento, para a economia criativa, para a economia verde sustentável, e tecnologia de informação e comunicação é uma dimensão absolutamente indispensável nesse esforço”, comentou. Ele avaliou que o crescimento da economia eletrônica será rápido como o impacto da internet na vida das pessoas.
“Entendemos que a educação e o conhecimento não são uma despesa, e sim um investimento com retorno garantido”, disse a embaixadora da Delegação Europeia no Brasil, Ana Paula Zacarias, acrescentando que o desenvolvimento da sociedade da informação, tanto dentro da região quanto na sua relação com outros países terceiros, tem sido uma prioridade.
Ela ressaltou a intensa cooperação que a União Europeia desenvolve com o Mercosul “desde a sua criança em 1991”. “Apesar das dificuldades que hoje atravessamos, a União Europeia continua firmemente convencida de que os processos de integração constituem um meio muito importante para a prosperidade dos povos”, afirmou. Segundo ela, a UE tem sido até agora o maior parceiro do bloco sul-americano em termos de ajuda ao desenvolvimento, com uma ajuda financeira não reembolsável de 325 milhões de euros no período de 2007 a 2013 aos estados membros, sem incluir os aportes bilaterais e os montantes de cooperação regional na América Latina.
Também participaram do lançamento, no auditório da Biblioteca Nacional, a diretora do Mercosul Digital, Marta Pessoa; o diretor da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), Nelson Simões; o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI, Ronaldo Mota; e o diretor de Temas Científicos e Tecnológicos do Ministério das Relações Exteriores, Benedito Fonseca Filho.
Leia mais sobre a escola virtual. Sobre o Mercosul Digital O Mercosul Digital envolve 9,6 milhões de euros, sendo 7 milhões da União Europeia e 2,6 milhões do Mercosul. “O projeto se articula em duas grandes vertentes, com linhas de ação em temas de fomento e educação continuada”, explicou a diretora Marta Pessoa. “O projeto visa a implantar uma infraestrutura tecnológica e jurídica para a realização de transações eletrônicas com validade entre os países com vistas a impulsionar o comércio eletrônico seguro. Isso é de vital importância para apoiar o surpreendente crescimento regional do mercado de negócios eletrônicos no Mercosul, que atingiu em 2010 a marca de 7 bilhões de euros, significando 66% de todo o mercado da América Latina.”
Leia mais.