Foram iniciados na tarde desta quarta-feira (25), em Caetité (BA), os trabalhos de reembalagem das 90 toneladas de concentrado de urânio que foram levadas de Iperó, em São Paulo, até a unidade de mineração e beneficiamento de urânio das Indústrias Nucleares do Brasil (INB/MCT). O produto é acondicionado em embalagens apropriadas ao transporte marítimo. De Caetité, a carga será enviada até a Europa, onde o urânio será enriquecido.
Na noite do último dia 15, manifestantes barraram a entrada do comboio que carregava o concentrado de urânio, depois que organizações ambientalistas e sindicalistas divulgaram que a carga era de “lixo atômico”. A INB e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen/MCT) comprovaram que se tratava de produto semelhante ao que a empresa produz em Caetité. As instituições esclareceram que, de acordo com as normas do setor nuclear, o transporte desse tipo de material segue regras estritas - depois de receber autorização da Cnen, o plano de transporte pode ser comunicado unicamente às autoridades que tratam da proteção física das populações, ou seja, aos comandos militares e às secretarias de segurança dos Estados por onde passa o comboio.
Depois de quatro dias de negociações, uma comissão, formada por dirigentes da INB e integrantes das organizações, assinaram um acordo liberando a carga. Seguindo o que foi acordado com a Comissão, os procedimentos técnicos de reembalagem do produto foram aprovados pela Cnen e, no início da tarde de hoje os contêineres foram abertos, dando-se então início ao trabalho de mudança das embalagens.