Jovens cientistas de várias partes do País foram premiados ontem (18), em Brasília, em cerimônia no Palácio do Planalto, pela qualidade de seus projetos científicos. Com isso, a Ciência, Tecnologia e Inovação (C,T&I) dão um grande passo rumo ao desenvolvimento sustentável.
A 24ª edição do Prêmio Jovem Cientista recebeu 2.158 projetos. Desses, foram escolhidos nove dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Ceará, Tocantins, Maranhão e Distrito Federal. A premiação é considerada no meio acadêmico como uma das mais importantes da América Latina.
Além dos vencedores, a cerimônia teve a presença do ministro em exercício da Ciência e Tecnologia (MCT), Luiz Antonio Rodrigues Elias, da ministra do Meio Ambiente, Izabella Mônica Vieira Teixeira, do presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT), Carlos Aragão, e de outras autoridades.
O tema desse ano foi Energia e Meio Ambiente – Soluções para o Futuro. As categorias premiadas foram: graduado, estudante do ensino médio e ensino superior. As pesquisas foram desenvolvidas nas áreas de biocombustíveis, economia de água, geração de energia eólica e redução da poluição atmosférica, e outros.
Para Luiz Elias, o Jovem Cientista estimula o fortalecimento de novos profissionais para as áreas da C,T&I. Segundo ele, o País tem basicamente três desafios pela frente: reforçar e dar continuidade aos investimentos em ciência e tecnologia, aumentar suas exportações e formar profissionais que sejam capazes de agregar valor ao setor industrial. “O prêmio revela novos talentos e, ao mesmo tempo, os incorporam ao processo da pesquisa científica. Ganha o Brasil. Criamos no MCT diversos incentivos para indústrias, centros de pesquisas e universidades. A mais nova modalidade é o apoio às universidades comunitárias. Creio que isso tudo se converge no sentido de promover o desenvolvimento”, enfatiza.
De acordo com o presidente do CNPq, Carlos Alberto Aragão de Carvalho Filho, o número de inscrição para a 24ª edição foi recorde. Ele diz que o Jovem Cientista estimula o surgimento de novos talentos. “E o principal é que o prêmio debate os principais desafios do futuro, como mudanças climáticas, energia limpa, biocombustíveis, entre outros", disse.
Vencedores
Um dos vencedores do Jovem Cientista, na categoria ensino Médio, o estudante Ricardo Castro de Aquino, ganhou em primeiro lugar com o projeto de retenção da fumaça dos veículos, principalmente dos movidos a diesel. “Desenvolvi um produto que retém em 86% a emissão de fumaça de veículos leves e pesados. Além disso, a fumaça retida se transforma em pó no processo para depois ser utilizada na fabricação de pneus, por exemplo. Foram anos de estudos quer renderam bons resultados. Estou muito feliz”, explica.
Na categoria graduado, o primeiro lugar foi conquistado pelo químico industrial, Leandro Alves de Souza, que desenvolveu um catalisador para a produção de biocombustíveis a partir de óleo de girassol. Em sua avaliação, o prêmio estimula o surgimento de novos cientistas no País. “Às vezes, você está desenvolvendo uma pesquisa, sabe que é muito boa, mas quando é reconhecido pelo que está fazendo, isso dá um incentivo maior. Fiquei sabendo da premiação pela televisão. Quando vi, me identifiquei logo pelas linhas de pesquisas disponíveis e resolvi me inscrever. Hoje, é uma mostra que estava certo e um apoio para que continue minhas pesquisas”, define.
Premiação
Na categoria Graduado, os vencedores são contemplados com R$ 20 mi l (1º lugar); R$ 15 mil (2º lugar) e R$ 10 mil (3º lugar). Para estudantes de ensino superior, os prêmios são de R$ 10 mil para o 1º lugar, R$ 8.500 para o 2º lugar e R$ 7 mil para o 3º lugar. Estudantes do ensino médio classificados em 1º, 2º e 3º lugares recebem um computador e uma impressora cada um. Essa mesma premiação é dada aos orientadores e às escolas dos três alunos vencedores. Os orientadores dos graduados e estudantes de ensino superior agraciados também ganham computadores e impressoras.
No Mérito Institucional, serão pagos R$ 30 mil para cada uma das duas instituições – uma de ensino médio e uma de ensino superior - que tiverem o maior número de pesquisas com mérito científico inscritas. Além dessas três categorias, são premiadas as instituições de ensino médio e superior que inscreveram mais trabalhos com mérito científico – o prêmio por Mérito Institucional.
Os trabalhos vencedores da 24ª edição do Prêmio Jovem Cientista serão publicados em livro para divulgação em centros de pesquisa, universidades e instituições públicas e privadas do País.