Foto:Zero Hora - Eduard Weichselbaumer (E), presidente do Ceite, ministra Dilma Roussef, ministro Sergio Rezende e o prefeiro de Porto Algre, José Fogaça.
A fábrica do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec/MCT) de circuitos integrados é primeira a fabricar chips na América Latina. Na cerimônia de inauguração, hoje (5), em Porto Alegre (RS), o ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, destacou o papel do Ceitec na economia do País. “É muito mais que uma fábrica. É um propulsor de novas empresas para o mercado brasileiro.”
O Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) investiu R$ 400 milhões na construção da fábrica. A produção de chips cria um ambiente para a instalação de outras fábricas para atender a uma demanda que deve ser crescente. Uma unidade será construída em São Leopoldo, cidade próxima à capital gaúcha, para encapsular os chips. “A fábrica do Ceitec será uma fornecedora de produtos de ponta e geradora de empregos diretos e indiretos. Estamos ajudando no avanço do País”, disse o presidente do Ceitec, Eduard Weichselbaumer.
Rezende destacou que o Brasil tem mão de obra para atuar no mercado de microeletrônica. “Há algum tempo faltavam profissionais para essa área. Hoje, temos centenas de projetistas para o setor de chips. O Programa CI Brasil criou centros que têm estrutura de equipamentos, sistemas e materiais necessários para projetar CIs e treinar os especialistas”, ressaltou.
Participaram também da inauguração, o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, e a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Roussef. Em tom de brincadeira, o presidente pediu aos jornalistas que não deixassem de escrever os benefícios do Ceitec ao Brasil.
“Em uma ponta, [a fábrica] vai estimular mais jovens a estudar engenharia. No outro extremo vai impulsionar o sistema de microeletrônica atraindo mais empresas para atuar no Brasil. Assim, teremos a quinta ou a sexta economia mais forte do mundo em 2016 como prevê o Fundo Monetário internacional.”
A fábrica tem uma sala limpa classe 100, considerada 10 mil vezes mais limpa que uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A exigência é para garantir que os chips sejam gravados nos wafers de silício. Para garantir esse nível de limpeza, a Ceitec utiliza água e ar ultra puros produzidos na empresa.
A Ceitec é uma estatal, com fins lucrativos, vinculada ao MCT. Segundo dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), nos países desenvolvidos, o setor eletrônico responde por 12% do Produto Interno Bruto (PIB). No Brasil, a indústria eletrônica é responsável por apenas 1,7% do PIB.