No Amazonas, uma lontra macho (Lontra longicaudis), devolvida ao meio ambiente no dia 8 de agosto, está sendo monitorada por radio-telemetria pelo Grupo de Pesquisa em Mamíferos Aquáticos Amazônicos do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM/MCT). A iniciativa faz parte do apoio técnico da organização ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama/Tefé-AM) e seu objetivo é garantir a adequada reintrodução do animal ao seu habitat.

Os primeiros sinais detectados pelos pesquisadores permitem concluir que o animal passa bem. A expectativa dos pesquisadores é positiva, uma vez que o animal é jovem – estima-se que não tenha mais de um ano – e está saudável. Na fase inicial de reintrodução, a busca por sinais é feita duas vezes por dia. Depois que o animal tiver padronizado seus deslocamentos e área, o monitoramento ocorrerá uma vez por semana por um ano, aproximadamente. O monitoramento consiste na captação de sinais por uma antena, a partir de um chip radiotransmissor implantado na cavidade abdominal da lontra.

O animal foi solto no Lago Mamirauá, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, no Amazonas. Durante quatro meses, ficou sob os cuidados do IBAMA local, que apreendeu o animal de uma família moradora de Tefé, que o criava como animal de estimação. O caso ilustra o problema de criação de animais silvestres como domésticos, a exemplo de uma onça-pintada (Panthera onca) resgatada de uma comunidade da Reserva Mamirauá e transferida para um zoológico em Minas Gerais em junho deste ano.

A lontra faz parte da lista de animais ameaçados de extinção. Embora sua carne não seja comercializada em grande escala, sua pele tem alto valor para a confecção de vestuário. Além disso, os ecossistemas aos quais está adaptada também estão ameaçados; Animal mamífero, seu habitat é o litoral ou rios, onde se alimenta de peixes, crustáceos, répteis e, menos frequentemente, de aves e pequenos mamíferos. A lontra adulta mede entre 55 e 120 centímetros e pesa até 35 quilos. Sua pelagem tem duas camadas, uma externa e impermeável e outra interna, isoladora térmica. Embora seja selvagem, a lontra pode apresentar comportamento dócil. É capaz de ficar submersa por até seis minutos e, ao nadar, chega a alcançar 12 quilômetros por hora.