Prestes a completar cinco anos de criação, o Programa de Pesquisa em Biodiversidade da Amazônia Ocidental (PPBio) comemora algumas vitórias. O coordenador adjunto do PPBio, William Magnusson, aponta resultados importantes obtidos no programa criado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).
Magnusson, conhecido como Bill pelos colegas de pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT), conta que o PPBio instalou mais de sete sítios de pesquisa para estudos de longa duração na Amazônia. Além disso, foram desenvolvidos métodos padronizados para uso na avaliação de impactos de obras de infraestrutura, como estradas e represas, adotados hoje pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Ele relata que em uma das pesquisas do PPBio, a integração de estudos da biodiversidade com estudos do meio físico propiciaram as primeiras evidências de interações entre mudanças climáticas e características do solo.
Com o advento do PPBio “foram desenvolvidos sistemas de disponibilização de dados e integração de equipes por meio da internet, com disponibilização de mais de cem conjuntos de dados”, o que facilita o desenvolvimento de novas pesquisas a partir dessas descobertas.
Foram produzidos cinco guias de campo e livros, com a descrição de novas espécies descobertas nas visitas de campo. Todo o material foi distribuído gratuitamente para centenas de escolas, universidades e instituições de pesquisa, em palestras que exemplificaram a importância do material e como os docentes deveriam utilizá-los nas salas de aula.
O pesquisador mostra mais um dos êxitos do PPBio, ou seja a preocupação crescente em formar recursos humanos capacitados no estudo da biodiversidade amazônica, para proporcionar a fixação de pesquisadores na região. Dessa forma, dezenas de alunos de graduação, pós-graduação, e equipes técnicas na área de biodiversidade realizaram seus trabalhos com o apoio do PPBio e contribuíram com seus estudos para o crescimento do programa.
Bill defende que grande parte do conhecimento sobre a biodiversidade não está em museus e institutos de pesquisa, mas no conhecimento popular. Entretanto, explica que as pessoas estão pouco preparadas para colaborar de forma efetiva. “O maior desafio é o de identificar os problemas e potencialidades de cada região e implementar programas de capacitação apropriados para o nível de educação e aspirações das pessoas locais”.
PPBio
Criado em 2004, no âmbito da Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (Seped), do MCT, o PPBio nasceu com o objetivo de criar um sistema integrado de informação sobre biodiversidade para facilitar a gestão do patrimônio natural, além de fortalecer ações de pesquisas para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. A estrutura do PPBio está apoiada em três componentes: Coleções, Inventários e Projetos Temáticos.
Com informações do Jornal da Ciência