O Semi-Árido constitui um grande desafio para o desenvolvimento brasileiro, apesar de mais de um século de atenção continuada do poder público. A Região ainda concentra bolsões expressivos de pobreza, apresentando alguns dos mais baixos níveis de indicadores socioeconômicos do País. Cabe assinalar que a viabilização de soluções para o desenvolvimento da região pode ter profundas conseqüências para a região do Sub Sahara africano de características edafo climáticas semelhantes, mas de características de pobreza ainda mais extremas do que o semi-árido brasileiro.

Os problemas do Semi-Árido possuem antecedentes nas relações sociais atrasadas que se observam na maior parte da Região, que amplificam a vulnerabilidade de parcelas da população em momentos de intempérie climática e quebra das frágeis estruturas de produção. O impacto das secas vem sendo minorado, nos últimos anos, pela conjugação de esforços do poder público na previdência rural, no aumento das transferências governamentais e, ainda, na provisão de maiores volumes de crédito aos pequenos negócios.

Uma estratégia de desenvolvimento do Semi-Árido deve avaliar cuidadosamente todas as condições para a geração, a distribuição e o uso adequados dos recursos hídricos disponíveis, além de avaliar formas inovadoras de organização social produtiva. O recurso mais escasso na construção de estratégias consistentes incide sobre a C,T&I. Pouco se tem avançado no apoio a experiências de maior densidade técnico-científica.Para fortalecer as competências na área e desenvolver uma agenda de pesquisa mais consistente e promissora, o Programa propõe atuar nas seguintes linhas:

- Implementação de Centros Integrados de Apoio à Inovação e a Difusão Tecnológica;

- Implementação e consolidação da infra-estrutura de C,T&I, em especial do Instituto
Nacional do Semi-Árido (INSA);

- Consolidação das redes temáticas de pesquisa existentes, a exemplo da RENORBIO e da RESAB (Rede de Educação para o Semi-Árido Brasileiro);

- Implementação de um Programa para Fixação de Recursos Humanos no Semi-Árido;

- Apoio à formação de Recursos Humanos (doutores, em problemas contextualizados da região) em centros de excelência mundial que atuam em áreas do semi-árido;

- Capilarização e interiorização da infra-estrutura de comunicação ótica (ION-NE), no âmbito da RNP, em parceria com a Chesf e Companhia Ferroviária Nacional (CFN), para apoio às atividades econômicas, de educação e capacitação nas entidades de C,T&I;

- Criação de um “Observatório do Rio São Francisco” mediante um consórcio de instituições voltado para avaliação de impacto e de demandas tecnológicas associadas ao processo de transposição das águas;

- Criação e identificação de novas tecnologias para a recuperação de áreas degradadas e em processo de degradação, visando à sustentabilidade da região;

- Apoio ao Turismo Científico.