A amostra efetiva, constituída por 446 empresas, abrange 385 desenvolvedores de software pacote (packaged software) ou software sob encomenda (custom software); 50 desenvolvedores de software embarcado, que controla outros equipamentos (embedded software) ou acompanha hardware (bundled software), não incluindo o software instalado em um chip (firmware), sendo apenas 6 com esta atividade exclusivamente; e 119 desenvolvedores para a Internet. Há, ainda, 112 distribuidores ou editores de software de terceiros, sendo que 100 destes também são desenvolvedores. (vide
Tabela 01)
Para caracterizar as organizações, foram levantadas questões quanto à localização geográfica da matriz, origem do capital majoritário, atividades características em Tecnologia da Informação, idade, porte em termos de valores comercializados e da força de trabalho, além de caracterizar o tipo de produto de software desenvolvido.
As informações com referência temporal necessária referem-se ao ano de 1998, uma vez que o encerramento do trabalho de campo estava previsto para julho de 1999.
A maior concentração de empresas ocorreu na região Sudeste (43%) seguida do Sul (32%), com destaque para os estados de São Paulo com 20% e, com um mesmo percentual de 13%, Minas Gerais e Paraná. O Nordeste ganha participação neste mercado, especialmente pela participação de empresas cearenses. (vide
Tabela 02 e
Figura I.01)
A relação de empresas participantes, organizada regionalmente, com detalhamento para a Unidade da Federação de localização da matriz e para as atividades de cada empresa no tratamento de software encontra-se no
Anexo 6.
Considerando o capital majoritário das empresas, predominavam empresas privadas, havendo dentre o setor público as empresas estaduais de processamento de dados. (vide
Tabela 03)
As empresas desenvolvedoras de software desenvolviam diferentes atividades características em Tecnologia da Informação. Mais da metade atuava em consultoria e projetos em informática e havia, ainda, os serviços de treinamento prestados por mais de um quarto das empresas. (vide
Tabela 04)
Mais de metade das empresas iniciaram suas atividades de informática nos anos 90 (vide
Gráfico I.01).
Em 1998, algumas empresas não apropriaram receita específica proveniente da comercialização de software e outras não comercializaram o software, sob a forma de produto ou de prestação de serviços técnicos em proveito de terceiros, porque desenvolviam exclusivamente para uso próprio (24 empresas). (vide
Tabela 05)
A partir da comercialização bruta anual proveniente de software, informada para o ano de 1998, as empresas foram classificadas por porte, de acordo com a faixa de valores a que pertenciam - microempresas (até R$ 120 mil), pequenas (acima de R$ 120 mil a R$ 720 mil), médias (acima de R$ 720 mil a R$ 2,5 milhões) e grandes empresas (acima de R$ 2,5 milhões). A predominância na amostra (63%) é de micro e pequenas empresas. (vide
Tabela 05 e
Gráfico I.02)
A distribuição das empresas por porte, quando considerada a comercialização total, que inclui os valores provenientes de outros produtos e serviços de Informática ou não, desloca-se para o lado direito das abcissas no eixo cartesiano. O percentual de micro e pequenas empresas cai para 49% com aumento equivalente de grandes empresas (33%). (vide
Gráfico I.02)
Praticamente metade do valor de R$ 1.544 milhões da comercialização bruta apurado para o ano de 1998 resultou do desenvolvimento de software sob encomenda (R$ 776 milhões), complementados quase integralmente com valores provenientes de software pacote (R$ 717 milhões), fundamentalmente movimentado no mercado interno brasileiro. (vide
Tabela 06 e
Gráfico I.03)
As empresas pesquisadas contavam ao final de 1998 com um contingente superior a 130 mil colaboradores efetivos, entre sócios, dirigentes e empregados/funcionários, além de quase 34 mil terceiros prestadores de serviços, bolsistas ou estagiários; totalizando, mais precisamente, 166.055 pessoas.
Outra forma de classificação por porte considerou a força de trabalho efetiva das empresas como critério - microempresas (de 1 a 10 pessoas), pequenas (de 11 a 50 pessoas), médias (de 51 a 100 pessoas) e grandes (mais de 100 pessoas). Sob este critério, confirma-se a predominância de micro e pequenas empresas com percentual igual a 73%, superior aos 63% encontrados quando utilizados os valores de comercialização de software para obtenção dos portes. (vide
Tabela 07 e
Gráfico I.04)
Também neste caso, ao se considerar a força de trabalho total – efetivos e terceirizados, a distribuição segundo porte tende mais discretamente para a direita, embora com forte inversão na participação das micro e pequenas empresas. (vide
Gráfico I.04)
Um indicador da produtividade por empregado, utilizado internacionalmente apesar de questionado por alguns analistas de mercado, é obtido através da relação entre a receita global gerada e o número de pessoas empregadas na empresa.
A produtividade média por empregado para a totalidade da amostra é pouco superior a R$ 47 mil, resultado bastante diferenciado quando levado em conta o porte das empresas, segundo os critérios de comercialização e de pessoal. (vide
Tabela 08)
Neste ponto, cabe ressaltar que a Parte II desta publicação trata especificamente de indicadores inéditos de produtividade sistêmica, envolvendo a análise da riqueza gerada (Valor Agregado) e não somente as vendas da empresa.
As empresas pesquisadas assinalaram os tipos de produtos que desenvolvem, sob a forma de pacote, sob encomenda ou embarcados/embutidos em outros produtos, de modo a se obter uma caracterização do software produzido no País.
Os valores absolutos e percentuais aqui apresentados referem-se ao número de empresas e não ao número ou valor de mercado dos produtos, uma vez que não foi levantada a quantidade de diferentes produtos de uma mesma área desenvolvidos em cada empresa, nem tampouco valores de comercialização discriminados por produto.
As categorias de software financeiro e de programas de computador voltados à área de administração destacaram-se com registro feito por, aproximadamente, um terço das empresas. (vide
Tabela 09 e
Gráfico I.05)
Observa-se que, além da classificação mais abrangente realizada na categoria administração, foram assinaladas categorias mais específicas nesta mesma área - administração de recursos humanos (86 empresas), administração pública (70), administração de serviços (69) e administração escolar (54), integrantes do conjunto de principais tipos desenvolvidos, e, ainda, administração jurídica (29), e outros tipos (25), com menor representatividade. (vide
Tabela 09 e
Tabela 10)
Dentre os tipos de destaque, há adicionalmente as categorias de automação comercial e contabilidade com mais de 100 empresas desenvolvendo cada uma delas. (vide
Tabela 09 e
Gráfico I.05)
Outras categorias de automação aparecem, com maior ou menor participação - automação de escritórios (63), automação industrial (63), automação bancária (42), automação predial (17) e outras (29). (vide
Tabela 09 e
Tabela 10)
Migrando deste bloco dedicado à caracterização das organizações para os aspectos de gestão do conhecimento, seguem os resultados para o questionamento referente ao registro dos direitos autorais dos programas de computador desenvolvidos, (vide
Tabela 11) conforme previsto no art. 3° da
Lei n° 9609/98 de 19 de fevereiro de 1998 – a "Nova Lei de Software", regulamentado pelo
Decreto n° 2556 de 20 de abril de 1998. No Anexo 5, há os textos legais na íntegra.
Apenas 12% das empresas questionadas indicaram proceder a esse registro sistematicamente, acrescido de igual percentual para registros eventuais; situação agravada quando se verifica que um número significativo não indica o organismo competente adequado, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial – INPI. (vide
Gráfico I.06)