“A integração dos países do Mercosul é a melhor solução para o desenvolvimento da biotecnologia na região”. Afirmou, hoje (3), o secretário de Políticas e Programas de Pesquisas e Desenvolvimento (Seped), do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Luiz Antonio Barreto de Castro, na abertura do Seminário Regional de Identificação da Demanda de Biotecnologia no Mercosul.
O evento, que ocorre em Brasília (DF), é promovido pelo MCT em cooperação com a União Européia (UE) e o Mercosul, e reuniu pesquisadores de alguns países entre eles Argentina, Uruguai, Paraguai.
Barreto de Castro explicou que o desenvolvimento da biotecnologia no Brasil está contemplado no Plano Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (PAC,T&I 2007/2010), que busca garantir uma política de estado que articule um conjunto de atores em diversas áreas – educação, saúde, C&T, agricultura, indústria – e desta forma, permitir a melhoria da gestão de processos, além da aplicação de mais recursos em ciência e inovação.
“E o mais novo passo do Plano foi a divulgação do resultado do edital que criou 101 Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT)”, disse o secretário. Este programa é coordenado pelo MCT e terá recursos de quase R$ 600 milhões, para os próximos cinco anos, e é operado em pareceria com seis fundações estaduais de amparo à pesquisas, além dos ministérios da Saúde e da Educação, da Petrobrás e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Segundo Barreto de Castro, o Programa dos INCTs tem metas abrangentes em termos nacionais como: possibilidade de mobilizar e agregar, de forma articulada, os melhores grupos de pesquisa em áreas de fronteira da ciência e em áreas estratégicas para o desenvolvimento sustentável do País; impulsionar a pesquisa científica básica e fundamental competitiva internacionalmente; estimular o desenvolvimento de pesquisa científica e tecnológica de ponta associada a aplicações para promover a inovação e o espírito empreendedor, em estreita articulação com empresas inovadoras, nas áreas do Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec).
Social
O secretário acredita que a biotecnologia pode ajudar a resolver vários problemas sociais. Ele citou o exemplo do Semi-Árido brasileiro, onde moram mais de 21 milhões de pessoas que sofrem com várias doenças. “É o local onde mais morrem crianças com desidratação”, destacou Barreto de Castro.
Para minimizar o problema, o secretário informou que um estudo desenvolvido por pesquisadores do Laboratório de Fisiologia e Controle da Reprodução (LFCR), da Universidade Estadual do Ceará (Uece) em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Academia de Ciências da Rússia, desenvolveu um leite de cabras geneticamente modificadas, que pode ser usado no combate a doenças imunitárias e em pacientes com câncer que são submetidos à radioterapia e quimioterapia.
Outro ponto de discussão no seminário é o Projeto BiotecSur, que é uma iniciativa de cooperação entre a UE e o Mercosul. Com este instrumento se promove a consolidação de uma plataforma regional em biotecnologia para o desenvolvimento e a utilização das aplicações das tecnologias no Mercosul, a fim de aumentar o valor agregado e a competitividade de seus produtos nos mercados internacionais.