Ministro proferiu aula na Escola Superior de Guerra nesta terça-feira no Rio de Janeiro. Foto: Davi Fernandes/Ascom do MCTI
Para que os países da América Latina e do Caribe possam aproveitar as oportunidades apresentadas pelo atual momento político-econômico e científico-tecnológico, é preciso que a região se integre efetivamente, avalia o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Clelio Campolina Diniz.
Em aula realizada nesta terça-feira (27) no Curso Superior de Defesa (CSD), da Escola Superior de Guerra, no Rio de Janeiro, Campolina afirmou ser preciso aprimorar quatro dimensões: integração físico-territorial, complementariedade produtiva, integração social e política.
“A principal variável da integração territorial é a construção de uma infraestrutura comum de transporte. A existência de direitos sociais e de mobilidade de trabalho também são essenciais para a integração social”, apontou o ministro. “A definição de interesses comuns da região é chave para a integração política.”
Ele destacou que os planos e as ações comuns devem sempre respeitar as diferenças entre as nações. O ministro citou a Amazônia Sul-Americana como exemplo de questão que deve ser tratada coletivamente. “A América do Sul deve se unir não só para cuidar da segurança territorial da Amazônia, mas também para garantir o adequado desenvolvimento de pesquisas científicas na área”, ponderou Campolina.
Este projeto conjunto com base na biodiversidade da Amazônia e a intensificação do comércio entre os países latinos e caribenhos, na opinião do ministro, vai fazer com que a região ganhe mais força na economia e na geopolítica mundial. “Isso contribuirá para a consolidação de uma era multipolar na qual os países em desenvolvimento também tenham voz. Atualmente, não se fala apenas em G8, mas em G20, do qual o Brasil faz parte”, afirmou.
O ministro ressaltou o crescimento da participação do Produto Interno Bruto (PIB) conjunto de Brasil, Rússia, Índia e China no cenário global.
“Em 12 anos, a participação desses países no PIB mundial quase dobrou. Saltou de US$ 3,6 trilhões (8,7%) em 2000 para US$ 8,3 trilhões (15,4%) em 2012.”
Brasil
Segundo o ministro, o governo brasileiro tem estimulado a produção científica para solucionar grandes problemas nacionais de cunho ambiental, econômico e social. É neste contexto que se inserem as plataformas científico-tecnológicas, que irão definir as atividades e setores situados na fronteira do conhecimento.
“Esses projetos são estratégicos para o desenvolvimento nacional, pois têm capacidade de gerar efeitos econômicos e sociais positivos”, disse o ministro. “Os investimentos em ciência, tecnologia, inovação e educação são mandatórios para que o país aproveite as oportunidades geradas pelo sexto ciclo de Kondratieff”, acrescentou, referindo-se ao economista russo Nikolai Kondratieff, que introduziu a discussão sobre ciclos longos no capitalismo mundial.
De acordo com Campolina, o sexto ciclo está sendo construído e será resultante da combinação de múltiplas trajetórias tecnológicas, que poderão caracterizar uma nova onda longa. As principais deste ciclo são: tecnologias da informação e comunicação (TICs); nanotecnologia; biotecnologia; engenharia genética; e novas fontes energéticas.
Texto: Juliana Machado – Ascom do MCTI (atualizada em 28/5/2014, às 11h37)