Entre os 500 medalhistas de ouro da 9ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep 2013), a serem premiados em cerimônia nesta quarta-feira (7), no Rio de Janeiro, dois estudantes, Vinicius Canto Costa e Fellipe Sebastiam da Silva Pereira, ambos da capital fluminense, carregam a experiência e o título de heptacampeões da Obmep.

“Estou muito feliz por poder ter tido a oportunidade de fazer parte da Obmep”, declara Vinicius, baiano e morador do Rio, que, com apenas 18 anos, já acumula 27 medalhas em olimpíadas científicas, principalmente em matemática.

Para o craque dos números, a participação no Peci – programa da Obmep que prepara alunos para olimpíadas internacionais de matemática - foi o pontapé para as inúmeras conquistas. “Aprendi a acreditar no meu potencial e a não desistir fácil dos meus sonhos, por mais que difíceis sejam”.

Entre tantas medalhas, uma tem valor especial para o estudante: a conquistada em 2010 na Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM), na qual ficou em primeiro lugar. A competição é promovida pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), organização ligada ao Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI), também responsável pela Obmep.

“Apesar de já ter participado de olimpíadas internacionais, essa eu dou o maior valor, porque foi o que desencadeou a minha participação em competições internacionais”, conta Vinicius.

Preparação

Segundo ele, a conquista de tantas medalhas foi resultado de muitas horas de estudo e dedicação, somadas ao apoio de professores e da família, em especial do pai, que é engenheiro eletrônico. “Aprendi a gostar de matemática com ele, que sempre me motivou a estudar”.

Mas, ao contrário do que muitas pessoas possam pensar, o craque da matemática adota uma rotina de estudo que ele classifica como “flexível”. “Às vezes posso passar um final de semana inteiro sem estudar e, às vezes passo, dez horas estudando num dia”, relata o estudante, que considera as olimpíadas um desafio e estímulo ao aprendizado.

“Diferentemente do colégio, não é uma simples questão de aprender a matéria que praticamente todos aprendem por assimilação. As competições te forçam a pensar por si próprio, desenvolver suas próprias demonstrações e ideias para resolver algo”, avalia o jovem, que planeja trabalhar com políticas públicas para educação.    

Enquanto isso, o estudante se prepara para um novo desafio fora do Brasil. Ele acaba de ser admitido para o programa de graduação plena na Yale University (instituto universitário privado situado em New Haven, Connecticut, Estados Unidos), a partir de setembro deste ano.

“Estou atrás de bolsas para financiar meus estudos na faculdade, cujo custo gira em torno de 65 mil dólares ao ano. Acredito que lá [nos Estados Unidos] vou poder me preparar para servir o Brasil da melhor forma possível”, diz Vinicius.

Campeões da Obmep

Além dos dois heptacampeões, outros 31 estudantes foram destaque na Obmep 2013, quando cinco jovens brasileiros conquistaram a sexta medalhas na olimpíada: Alessandro Pacanowski e Luize Mello Durso Viana (Rio de Janeiro); Alexandre Mendonça Cardoso (Salvador); Breno Soares da Costa Vieira (Jaboatão dos Guararapes – PE); e Gabriel Fazoli Domingos (Urupês - SP).

Pelo bom desempenho alcançado, outros sete estudantes garantiram a quinta medalha de ouro na olimpíada. São eles: Bruno Eidi Nishimoto (Jales - SP); Lucas Mioranci (São José do Rio Preto -SP); Pedro Henrique Alencar Costa (Fortaleza -CE); Jair Gomes Soares Júnior (Montes Claros -MG); João Baptista de Paula e Silva (Belo Horizonte -MG); Noemi Zeraick Monteiro (Carvalhos - MG); e João Vitor Fernandes Paiva (Rio de Janeiro).

Outros 19 participantes da Obmep levaram o título de tetracampeões na edição 2013, entre eles, cinco medalhistas de Minas Gerais, cinco do Rio de Janeiro, dois do Distrito Federal, dois de São Paulo, dois do Rio Grande do Sul, um de Goiás, um do Paraná, um do Rio Grande do Norte e outro de Santa Catarina.

 

Texto: Denise Coelho – Ascom do MCTI, com informações complementares do Impa