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Obmep amplia mecanismos de estímulo a participantes
07/05/2014 - 10:45

O Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), tem criado mecanismos para incentivar a participação e o envolvimento em torno da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). Uma dessas iniciativas é o Programa Obmep na Escola, lançado recentemente com o objetivo de estimular o engajamento de professores e o uso dos materiais oferecidos pela organização.

 

Voltado para o professor das escolas públicas, o programa objetiva estimular atividades extraclasse com o uso dos materiais da Obmep, tais como provas e bancos de questões. Professores de todo o país serão habilitados e preparados para desenvolver essa atividade em sua escola ou em escolas vizinhas. Para isso, o projeto foi dividido em três etapas. A primeira consiste em uma prova de matemática para docentes a ser aplicada no mesmo dia da segunda fase da prova da olimpíada.

“Essa prova de habilitação servirá para conhecermos a qualificação do professor. Aquele que receber a nota mínima ganhará um certificado”, explica o coordenador geral da Obmep, Claudio Landim. Entre os habilitados, mil profissionais das redes estadual e municipal serão selecionados, a partir da apresentação de projetos (segunda fase), para atuar como preparadores nas escolas públicas.  Pelas atividades desenvolvidas receberão uma bolsa, por mês, no valor de R$ 765, concedida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC) durante três anos.

Os participantes também vão passar por formação específica, ao longo de seis meses, quando aprenderão em oficinas formas de utilização do material da Obmep. “Espero que isso seja também um estímulo à participação dos jovens professores que estão na licenciatura”, prevê o coordenador. As inscrições devem ser feitas até o dia 16 no site da olimpíada. Podem se inscrever portadores de diploma ou estudantes de curso superior de matemática, física, engenharia ou informática, devidamente reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC). Acesse o regulamento.

Landim relata que a iniciativa surgiu a partir do reconhecimento do trabalho de professores que, a partir de iniciativas independentes, passaram a obter resultados significativos de seus alunos, especialmente, com o uso sistemático do material oferecido pelo Impa. “A ideia é estimular ainda mais esse engajamento”, justifica.

Impacto

O Programa Obmep na Escola, ao lado do Portal da Matemática – que oferece videoaulas e acesso de material pela internet –, está entre os mecanismos adotados pelo instituto para estimular a participação e o envolvimento de estudantes e professores na olimpíada, tendo como foco a melhoria do ensino da disciplina no país.

Claudio Landim, que é diretor-adjunto do Impa, lembra que estudos realizados nos últimos anos comprovam o impacto da olimpíada na educação brasileira, como pôde ser verificado em exames como a Prova Brasil e o Enem. A primeira Avaliação Econômica da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas, realizada em pela Fundação Itaú Social, em 2009, baseou-se na comparação do desempenho na Prova Brasil entre escolas que participavam ou não da olimpíada, incluindo o número de participações. A segunda, em 2010, feita pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), analisou, por exemplo, a influência da iniciativa na vida escolar de alunos e professores. Acesso os estudos

O primeiro estudo, tendo como base a Prova Brasil 2007, indicou que a participação na olimpíada chegou a aumentar em 1,91 ponto a nota média dos alunos em matemática em relação ao desempenho dos estudantes não participantes. No caso das escolas envolvidas em pelo menos três edições a nota ficou 2,28 pontos acima da média. Ainda nas instituições com alunos vencedores da Obmep, o impacto chegou a 2,21 pontos, mostrando indícios de que o efeito da olimpíada sobre a nota está ligado à motivação e ao clima de competição.

A avaliação traz também análises sobre o retorno socioeconômico da iniciativa, com a indicação de benefícios salarias futuros aos jovens participantes, “A escola que adota a Obmep transforma um aluno pobre em vencedor”, afirma Landim. “A grande preocupação hoje é convencer novas escolas a utilizarem o material”, comenta o coordenador. 

O estudo do CGEE mostrou que o material didático distribuído às escolas pela Obmep – o Banco de Questões das provas dos anos anteriores e das apostilas do Programa de Iniciação Científica – é considerado por alunos e por professores como um importante material, não apenas para a preparação para a olimpíada, mas, principalmente, para o seu uso em sala de aula, que é percebido como “inovador, desafiador e que exige raciocínio lógico dos alunos”. Por outro lado, há unanimidade entre os consultados de que as provas apresentam alto nível de dificuldade em relação ao atual nível de ensino-aprendizagem nas escolas públicas.

Em consulta eletrônica, 60 % dos professores confirmaram que os alunos passaram a estudar mais após a participação na olimpíada. O evento também demonstrou impacto a partir das novas práticas pedagógicas adotadas pelos professores no cotidiano escolar. No total, 63% informaram realizar alguma atividade extraclasse (grupos de estudo, clube de matemática e outras ações) com o material didático da Obmep, enquanto disseram 40% realizar somente atividades em sala de aula.

“Em todo o Brasil temos escolas que se destacam devido à atuação de professores que, depois da seleção na primeira fase, adotam o material da Obmep para treinar os alunos para a segunda etapa. E o interessante é que essa preparação tem repercussão em toda a escola”, comenta Landim. “Esse é um dos maiores resultados da Obmep: estimular o estudo da matemática”,  reforça. O coordenador adianta que um novo estudo encomendado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC) deve reforçar dados evidenciados nas análises anteriores.

Sobre a Obmep

A Obmep é uma atividade do Impa, que conta com apoio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM) e recursos do Ministério da Educação (MEC) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Criada em 2005, tem como objetivos estimular o estudo da matemática nas escolas públicas e revelar talentos.

Os estudantes medalhistas são convidados a participar do Programa de Iniciação Científica Jr. (PIC), por meio de bolsa concedida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Também são premiados professores, escolas e secretarias de educação de municípios que se destacam em virtude do desempenho dos alunos. Na página da olimpíada  podem ser consultados os critérios utilizados nas premiações.

 

Texto: Denise Coelho – Ascom do MCTI

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