O almirante Moura Neto recebeu o ministro Campolina. Foto: Giba/Ascom do MCTI
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Clelio Campolina, visitou nesta quarta-feira (2) o comandante da Marinha do Brasil, almirante Julio Soares de Moura Neto, e o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da força armada, almirante Wilson Barbosa Guerra, que apresentaram ao novo titular da pasta os principais pontos de cooperação entre os dois órgãos do governo federal. O secretário executivo do MCTI, João De Negri, também participou do encontro.
A Marinha possui instituições de ciência e tecnologia (ICTs) como os centros de Análises de Sistemas Navais (Casnav), de Hidrografia da Marinha (CHM) e Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), os institutos de Pesquisas da Marinha (IPqM), de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM) e de Pesquisas Biomédicas (IPB) e o Laboratório Farmacêutico da Marinha (LFM).
Segundo Moura Neto, a inexistência de um centro de formação – nos moldes dos institutos Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e Militar de Engenharia (IME) – possibilita uma maior aproximação com instituições de ensino superior. “Essa sistemática de se juntar à universidade abriu muito o campo da Marinha, porque ela mantém intensa ligação com pesquisadores”, explicou.
Oceano
MCTI e Marinha são parceiros, ao lado das empresas Petrobras e Vale, na aquisição do Navio de Pesquisa Hidroceanográfico Vital de Oliveira, anunciada em julho de 2013. Guerra informou que o estaleiro chinês responsável por construir a embarcação deve finalizar o trabalho até novembro, mas, como o futuro “laboratório embarcado” ainda passa por Singapura para ser equipado, a previsão de entrega em território brasileiro está em fevereiro de 2015.
O navio integra as atividades do Instituto Nacional de Pesquisa Oceânica e Hidroviária (Inpoh), que tem missão de ampliar e consolidar competências em áreas estratégicas para o país. “As nossas ICTs realizam e possuem expertise em pesquisas científicas em toda a Amazônia Azul [como é chamado o mar territorial brasileiro] e em parte da Antártica”, destacou Moura Neto, ao lembrar que o IEAPM coordena um dos quatro institutos nacionais de ciência e tecnologia (INCTs) voltados ao mar.
Na visão do almirante Guerra, o MCTI é um dos atores mais relevantes da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (Cirm), ao lado dos ministérios do Meio Ambiente (MMA), das Relações Exteriores (MRE) e, mais recentemente, de Minas e Energia (MME), sob comando da Marinha.
O colegiado mantém iniciativas como o Plano de Levantamento da Plataforma Continental Brasileira (Leplac) e o Programa de Prospecção e Exploração de Recursos Minerais da Área Internacional do Atlântico Sul e Equatorial (Proarea), além dos programas de Pesquisas Científicas na Ilha de Trindade (Protrindade) e no Arquipélago de São Pedro e São Paulo (Proarquipélago) – ambos executados com apoio de editais do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI).
Defesa
A pasta também contribui com a Amazônia Azul Tecnologias de Defesa (Amazul), empresa pública vinculada ao Ministério da Defesa (MD) com objetivo de promover, desenvolver, absorver e manter tecnologias necessárias às atividades de programas nucleares, com possibilidade de cooperação no gerenciamento de projetos e operação do futuro Reator Multipropósito Brasileiro (RMB). O diretor-presidente da estatal, vice-almirante Ney Zanella dos Santos, tratou da parceria com o MCTI em novembro.
Dentro do programa Inova Aerodefesa, Guerra destacou nove projetos selecionados que envolvem ICTs da Marinha, como CTMSP, IEAPM e IPqM. Ao todo, a Finep/MCTI e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ofereceram R$ 2,4 milhões em edital, mas a demanda empresarial representou 4,4 vezes a verba. Parte do Plano Inova Empresa, a iniciativa ainda abrange o MD e a Agência Espacial Brasileira (AEB/MCTI).
O prêmio Almirante Álvaro Alberto para Ciência e Tecnologia é outro exemplo de colaboração da Marinha na área, juntamente com CNPq e Fundação Conrado Wessel. Guerra recordou que o vencedor da edição 2014 é o professor Walter Colli, doutor em bioquímica pela Faculdade de Medicina e livre-docente pelo Instituto de Química da Universidade de São Paulo.
Texto: Rodrigo PdGuerra – Ascom do MCTI