Para traçar estratégias de interiorização da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), experiências estaduais foram apresentadas no Encontro dos Coordenadores Regionais – Seminário SNCT/2014, nesta quinta-feira (20), em Brasília. A discussão teve a participação do secretário de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Oswaldo Duarte Filho, e do diretor de Popularização e Difusão da Ciência e Tecnologia, Douglas Falcão.
“Usamos a tecnologia para superar a geografia do Amazonas”, afirmou o secretário adjunto de Ciência, Tecnologia e Inovação do mais extenso estado brasileiro, Eduardo Taveira. “Durante a SNCT, utilizamos toda a infraestrutura para transmitir as aulas e promover a educação básica em todo o interior do estado, oferecida pela Secretaria de Educação e pela Universidade do Amazonas. Com isso conseguimos chegar a 100% dos municípios, ao que chamamos de Amazonas mais profundo”, afirmou.
Para realizar o trabalho, a secretaria conta com a parceria de mais de 70 instituições públicas e privadas, como o Instituo Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) e o Instituto Mamirauá. “Nossa intenção é de sempre fazer que a população perceba que tudo que ela faz no seu cotidiano envolve CT&I [ciência, tecnologia e inovação]”.
Para incentivar o desenvolvimento da CT&I, o estado tem investido em um programa chamado Popciência. Os municípios recebem recursos para a realização de atividades vinculadas à SNCT. “Ano passado, 28 instituições fizeram eventos de inclusão científica e tecnológica vinculado a esse programa”, disse Taveira, acrescentando que, nos últimos três anos, o Amazonas investiu R$ 3 milhões para apoiar os eventos municipais.
Micro-ônibus
No Ceará, outras duas iniciativas estaduais vêm contribuindo com a frente da popularização. Pelo programa Ciência Itinerante, crianças e jovens de diversos municípios recebem equipes formadas por professores de física, química, biologia e informática, que viajam em micro-ônibus disponibilizados pelo governo estadual. “A gente tem notado maior aproximação dos jovens pelo tema”, disse o coordenador de Ciência, Tecnologia e Inovação do Ceará, Francisco Carvalho.
Já no Ceará faz Ciência, alunos do ensino médio apresentam as pesquisas e experimentos que desenvolveram. “Os experimentos dos alunos são para melhorar a qualidade de vida da população local”, afirmou Carvalho. Uma antena para celular feita a partir de tampas de panela por estudantes do distrito de Cajueirinho, na cidade de Bela Cruz, zona norte do estado, por exemplo, permitiu à população local a ter acesso às quatro principais operadoras de telefonia celular.
Na avaliação do diretor Douglas Falcão, do MCTI, o encontro com os coordenadores regionais atingiu seus objetivos, contribuindo para troca de experiências e apresentação de soluções inovadoras. “A gente tinha indícios de que a SNCT acontecia de maneira diferenciada nos municípios, só que nunca houve uma oportunidade de troca de experiências”, disse.
Ele observou que algumas regiões já vêm realizando semanas municipais de ciência e tecnologia e, assim, ampliam o calendário de mobilização em torno do tema. “A SNCT está deixando um legado institucionalizado no país que vai muito além da semana nacional realizada em outubro”, afirmou.
Aperfeiçoamentos
Para o secretário Oswaldo Duarte Filho, é importante melhorar o cadastramento das atividades e estabelecer um link no portal oficial da SNCT para os relatórios produzidos pelos estados. “Tenho certeza de que os números de eventos e atividades cadastrados até hoje são subestimados. Precisamos aperfeiçoar esse cadastro”, comentou. O número de atividades do ano passado registradas na página passa de 33,7 mil.
Texto: Raphael Rocha – Ascom do MCTI