Paiss Agrícola apoiará planos de negócio com foco em inovações setor sucroenergético. Foto: Finep
Nesta segunda-feira (17), a Finep e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançaram o Plano de Apoio Conjunto à Inovação Tecnológica Agrícola no Setor Sucroenergético (Paiss Agrícola). O programa apoiará planos de negócio com foco em inovações que promovam o desenvolvimento, a produção pioneira e a adaptação de sistemas industriais nas cadeias produtivas de cana-de-açúcar e outras culturas energéticas compatíveis com o sistema agroindustrial.
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, presente no lançamento, destacou que o Paiss Agrícola faz parte do Plano Inova Empresa, programa do governo federal que conta com recursos totais de R$ 32,9 bilhões para inovação no setor empresarial nos anos de 2013 e 2014.
“Por meio do Plano Inova Empresa, o governo da presidenta Dilma põe em prática sua política de estimular as empresas brasileiras a inovar”, afirmou Raupp. “O governo entende que o setor agroindustrial voltado para a geração de energia é estratégico para o país e necessita do financiamento público em condições favoráveis."
O Paiss Agrícola vai aprimorar a integração de instrumentos disponíveis para o financiamento de projetos no setor. Os primeiros desembolsos serão liberados ainda em 2014. O orçamento prevê R$ 1,4 bilhão em financiamentos reembolsáveis, que incluem todas as linhas de crédito de BNDES e Finep, além de instrumentos de renda variável das instituições. São ofertados ainda R$ 80 milhões de recursos não reembolsáveis – metade do Fundo Tecnológico do BNDES (Funtec) e o restante via subvenção econômica pela Finep.
"O desenvolvimento da tecnologia sucroalcooleira é fundamental para darmos saltos na produção. O Paiss Agrícola tem um processo simplificado, com duração de quatro meses, sem a necessidade de envio de documentação física", afirmou presidente da Finep, Glauco Arbix.
Vertentes
O Paiss Agrícola trabalha com projetos de inovação em cinco linhas temáticas. A primeira delas inclui novas variedades, sobretudo aquelas voltadas aos ambientes de produção das regiões de fronteira, mais adequadas à mecanização agrícola e/ou com maiores quantidades de biomassa e/ou Açúcar Total Recuperável (ATR). A ênfase será no uso de melhoramento transgênico.
A segunda linha é voltada a máquinas e implementos para plantio e/ou colheita, bem como para a coleta de palha e/ou resíduos, com prioridade na ampliação do uso de técnicas de agricultura de precisão. A terceira linha envolve sistemas integrados de manejo, planejamento e controle da produção.
Já a quarta linha engloba técnicas mais ágeis e eficientes de propagação de mudas e dispositivos biotecnológicos inovadores para o plantio, enquanto a quinta linha se destina a projetos que contemplem a adaptação de sistemas industriais para culturas energéticas compatíveis, complementares e/ou consorciáveis com o sistema agroindustrial do etanol a partir da cana.
Para o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, é preciso olhar para frente e acelerar um processo de mudanças no setor de etanol. "A produção de etanol da primeira geração já está otimizada, o próximo passo é introduzir a cana transgênica na produção agrícola para conseguirmos aumentar a produtividade. Vale lembrar que a cana é a segunda maior fonte de energia primária e a primeira renovável no país", destacou.
As empresas podem participar do processo de seleção em parceria com outras companhias e instituições científicas tecnológicas (ICTs). Os planos de negócio devem ter valor mínimo de R$ 20 milhões, com prazo de execução de até 48 meses, e ser desenvolvidos, preferencialmente, no território nacional. O resultado final deverá ser anunciado no dia 10 de julho.
Mais informações no edital completo do programa.
Histórico do Paiss
Em março de 2011, BNDES e Finep lançaram o Paiss Industrial, programa semelhante ao recém-lançado, embora voltado à inovação tecnológica industrial dos setores sucroenergético e sucroquímico. Ao todo, desde então, 57 empresas participaram da experiência, com 35 planos de negócios aprovados e R$ 2,5 bilhões contratados ou em via de contratação.
Como resultado, sete novas plantas industriais e demonstrativas estão sendo implantadas. Para março de 2014, em Alagoas, por exemplo, a empresa GranBio prevê o início da produção comercial de etanol celulósico. A companhia recebeu recursos do Paiss Industrial.
Texto: Ascom do MCTI, com informações da Finep