O Núcleo de Apoio à Pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia em Rondônia (Napro/Inpa/ MCTI) firmou acordo com o Centro de Estudos da Cultura e do Meio Ambiente da Amazônia (
Rioterra) para apoiar a implementação do projeto Quintais Amazônicos.
Lançada no início deste mês, a iniciativa tem por objetivo apoiar o desenvolvimento sustentável de pequenas propriedades rurais e assentamentos da reforma agrária em Rondônia, visando à recuperação de áreas degradadas por meio do desenvolvimento de sistemas agroflorestais.
Durante quatro anos, espera-se que 500 hectares de áreas degradadas ou alteradas sejam recuperados, gerando renda a partir do plantio e da realização de pesquisas de culturas selecionadas e adaptadas ao tipo de solo e clima da região.
A ideia é que o Quintais Amazônicos possa atender, direta e indiretamente, aproximadamente 6 mil agricultores de Itapuã do Oeste, Cujubim e Machadinho d'Oeste, municípios inseridos no chamado “arco do desmatamento” de Rondônia.
“O Inpa coordenará o eixo da pesquisa e desenvolvimento agroflorestal. Pesquisadores do instituto irão colaborar com a implantação, acompanhamento e avaliação de Sistemas Agroflorestais (SAFs) em pequenas propriedades rurais”, disse o representante do Napro/ Inpa, José Maria Thomaz Menezes.
Capacitação
O projeto irá promover cursos de capacitação voltados à geração de renda para cerca de 600 pessoas. Também serão realizadas oficinas e trabalho em campo com os produtores rurais, além do fornecimento de mais de 1 milhão de mudas de diversas espécies úteis no uso da agricultura familiar, como espécies agrícolas e florestais, a exemplo da castanha-do-brasil, açaí, pupunha, mamão, banana e abacaxi.
As atividades passarão por acompanhamento e avaliações que serão feitas através de medições periódicas. Elas servirão para sistematizar os estudos de viabilidade econômica e difundir a prática agroflorestal na região.
Além de proporcionar alternativas produtivas e ganhos econômicos, o projeto facilitará o acesso dos produtores a possíveis linhas de crédito ao realizar Cadastro Ambiental Rural, permitindo a regularização do imóvel junto às instituições de controle ambiental. O projeto também contribuirá para a segurança alimentar, mediante a diversificação da cultura familiar, hoje baseada predominantemente na monocultura de café e na pecuária de leite e corte. Os produtos resultantes do cultivo dos SAFS poderão ser comercializados nas feiras locais e outros mercados de produtos agrícolas.
“São metas estratégicas e integradas entre si, para garantir a recuperação de áreas alteradas a partir da inserção de práticas economicamente atrativas aos produtores e ambientalmente sustentáveis”, contou a presidente do CES Rioterra, Fabiana Gomes, de acordo com as informações divulgadas pela assessoria.
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Texto: Camila Leonel – Ascom do Inpa