O seminário sobre o futuro das universidades federais. Foto: Augusto Coelho/Ascom do MCTI
O secretário de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Oswaldo Duarte Filho, defendeu nesta terça-feira (17) a valorização das atividades de extensão universitária. Ele participou do seminário O Papel das Universidades Federais no Desenvolvimento do País, realizado pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior (Andifes), em Brasília.
“Nossa secretaria [Secis] tem o papel de pegar o conhecimento desenvolvido nas nossas universidades e transformar em políticas públicas. Facilitar [o acesso ao conhecimento] para as populações mais carentes é feito através das extensões universitárias, que é uma deficiência que eu vejo ainda hoje nas universidades”, afirmou. Participaram da atividade reitores, pró-reitores e especialistas em ciência, tecnologia e inovação.
Oswaldo, que foi presidente da Andifes de 2005 a 2006, avaliou que as universidades federais do país avançaram de maneira expressiva nos últimos 15 anos. “Elas ocupam hoje um espaço que não ocupavam”, disse. Ele elogiou o trabalho prestado pela associação para o desenvolvimento das instituições de ensino superior. “É um papel muito significativo, principalmente na qualificação através da pós-graduação”, disse.
O subsecretário de Coordenação das Unidades de Pesquisa do MCTI, Arquimedes Ciloni, destacou a atuação da entidade para contemplar a pós-graduação no Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), que tem como principal objetivo ampliar o acesso e a permanência na educação superior. Ele presidiu a associação em 2007.
Outro ex-presidente da Andifes, Diomário de Queiroz (1995 a 1996), defendeu que o conhecimento gerado pela academia deve servir de insumo para os setores produtivos e para que as pessoas possam melhorar suas condições de vida. “Vivemos na era do conhecimento e o conhecimento é objeto da universidade”, disse.
Inovação
“A ciência e a tecnologia estão num momento privilegiado”, avaliou Queiroz, ressaltando a chegada das novas tecnologias da informação e de comunicação, “que multiplicaram toda a possibilidade de geração de novos conhecimentos”. Segundo ele, para o país competir internacionalmente é preciso investir em inovação. “E a inovação só existe se houver um trabalho conjunto entre universidades e empresas.”
O deputado federal Newton Lima (PT-SP) informou que está prevista para o começo do ano a votação de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que vai introduzir a inovação como política pública no texto constitucional. “Já foi aprovada pela comissão especial e está pronta para ser votada em plenário”, disse. Além disso, comentou, deve ser realizada a revisão da Lei da Inovação e “outros marcos legais para incentivar a inovação no Brasil”.
Segundo Newton Lima, a Lei de Licitações também deverá sofrer ajustes para facilitar a atividade inovativa no país. “Deve ser votado o regime diferenciado de contratações para que a gente adeque essa lei, de acordo com as características de natureza do trabalho universitário e dos institutos de pesquisa, que requerem mais flexibilidade e agilidade, dada a especificidade que é produzir conhecimento em todas as áreas”, explicou.
História
Durante a atividade, foi lançado o livro Andifes e os Rumos das Universidades Federais. A obra reúne artigos de ex-dirigentes da associação e aborda a história do ensino público superior nos últimos 20 anos. “O livro serve como referencial para uma visão de futuro e muitas das propostas podem contribuir para pensar estrategicamente a educação no Brasil”, disse o atual titular da entidade, Jesualdo Pereira Farias.
Texto: Raphael Rocha – Ascom do MCTI