Durante a cerimônia de assinatura de acordos de cooperação bilateral entre Brasil e França nesta quinta-feira (12), o presidente François Hollande confirmou participação francesa na Conferência Multissetorial Global sobre o Futuro da Governança da Internet. A presidenta Dilma Rousseff havia reiterado no evento, no Palácio do Planalto, a expectativa de contar com representação do país europeu no encontro, a ser realizado em São Paulo, em 2014.
A conferência tem data prevista para 23 e 24 de abril, conforme anúncio feito em novembro pelos ministros da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, das Comunicações, Paulo Bernardo, e das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo.
Dilma agradeceu Hollande pelo apoio à iniciativa de Brasil e Alemanha na Organização das Nações Unidas (ONU) em defesa do direito à privacidade na era digital. “Queremos ser sócios na construção de uma ordem mundial mais justa, igualitária e democrática”, anunciou a presidenta. “Muito nos interessa uma parceria com a França em todas as áreas que dizem respeito à defesa cibernética.”
O presidente francês explicou que apoiou a iniciativa teuto-brasileira de proteção de dados porque uma mudança é necessária, “tanto para a soberania das nossas nações como para as nossas liberdades individuais”. Hollande defendeu o estabelecimento de “políticas para proteger nossos direitos”.
Mudanças climáticas
Segundo Dilma Rousseff, os dois países concordam sobre a “urgência de agir conjuntamente contra as ameaças da mudança do clima”, especialmente pelo fato de a França ser anfitriã da 21ª Conferência das Partes (COP-21) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, em 2015.
“A COP-21, em Paris, vai representar uma ocasião importante para avançarmos nas negociações de novo instrumento legal que estabelecerá as bases adequadas à necessária redução das emissões de gases de efeito estufa, da adaptação aos efeitos da mudança do clima e à promoção do desenvolvimento sustentável”, completou.
Na expectativa de François Hollande, a COP será um sucesso. “Aliás, podemos contar desde já com o Brasil, devido à sua experiência e às suas posições sobre o tema, para chegarmos a um acordo.” Na conferência, deve ser assinado um documento para suprir o fim dos prazos do Protocolo de Kyoto, que estabelece metas de redução de gases de efeito estufa na atmosfera.
Cooperação intensificada
Os dois governantes assinaram acordos que envolvem a instalação de uma infraestrutura de computação de alto desempenho, a transferência de tecnologia para o satélite geoestacionário de defesa e comunicações estratégicas e novas ações do programa Ciência sem Fronteiras.
Texto: Rodrigo PdGuerra – Ascom do MCTI