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Indústria mantém investimento em P&D após crise econômica
06/12/2013 - 17:33
O setor industrial tem elevado os investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) nos últimos anos mesmo após a crise econômica mundial iniciada em 2008. É o que revelam os dados da Pesquisa de Inovação (Pintec) 2011, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (5).

Os dispêndios em P&D feitos pela indústria, quando comparado ao faturamento, passaram de 0,73%, entre 2006 e 2008, para 0,81%, de 2008 a 2011. A pesquisa mostra que o volume de investimentos do setor saltou de R$ 12,4 bilhões para R$ 17, 4 bilhões.

Para especialistas do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), embora os números indiquem o maior esforço tecnológico por parte do setor industrial, quando se comparam os dispêndios em P&D com o Produto Interno Bruto (PIB), o cenário é mais conservador. O Ipea elaborou uma nota técnica sobre os dados da Pintec 2011.

O segmento industrial apresentou um comportamento praticamente estável. A contribuição no PIB de 2011 foi de 0,59%, contra 0,58% em 2008. Esse índice apresentava uma trajetória de crescimento desde 2000, quando representava 0,37% do total. Já a taxa de inovação, após um crescimento sistemático, caiu de 38,11% (em 2008) para 35,56% (2011).

Segundo avaliação do Ipea, o crescimento pequeno e a queda na taxa de inovação indicam que o setor foi impactado pela instabilidade financeira internacional. Para a diretora de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação, Regulação e Infraestrutura do instituto, Fernanda De Negri, apesar do aumento do investimento em P&D em proporção à receita, as empresas perderam espaço na economia brasileira desde a crise econômica mundial de 2008.

“Isso porque setores de serviço e de agropecuária se recuperaram depois da crise, mas o setor industrial ainda não conseguiu se recuperar em termos de produção”, avalia De Negri. Especialistas do Ipea reforçaram a importância do investimento em P&D para o desenvolvimento econômico de longo prazo de qualquer país.

Para Luiz Ricardo Cavalcante, um dos autores da nota técnica, o fato de a indústria não ter conseguido reverter a tendência de estabilização é preocupante para um cenário futuro. “É preciso fazer esses gastos [em P&D] se elevarem também no agregado da economia brasileira porque existe uma correlação muito forte entre desenvolvimento econômico e os investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação”, ressalta. 

De Negri afirma que empresas que inovam e aplicam recursos em P&D têm um desempenho de mercado superior e se tornam companhias mais dinâmicas e competitivas do que as que não investem nessas atividades. A pesquisadora lembra que o Brasil continua numa posição intermediária em relação ao restante do mundo.

“Vários países do mundo tiveram redução dos seus investimentos em P&D com relação ao PIB e no Brasil esse indicador ficou estagnado. Agora, em outros países, houve crescimento. A China, por exemplo, deu um salto gigantesco indo de 1,08% para 1,39% do PIB. Estamos perdendo espaço para esses países”, alerta.

Para a economista, a situação da indústria brasileira só será revertida com políticas tecnológicas mais integradas com outras políticas econômicas, como o Plano Inova Empresa que tem “mais foco e priorização, além de um volume de recursos superior”.

Dispêndio em P&D por segmento

A indústria de transformação foi a que mais aplicou recursos em pesquisa e desenvolvimento. Os dispêndios passaram de R$ 12,3 bilhões para R$ 16,9 bilhões. Já o setor extrativo investiu R$ 462 milhões em 2011, mais que o quíntuplo do registrado em 2008 (R$ 87,1 milhões).

O estudo do Ipea também aponta os segmentos de média-alta tecnologia (material elétrico, veículos automotores, química, ferroviário e de equipamentos de transporte, máquinas e equipamentos) entre os que mais contribuíram para as aplicações totais em P&D na indústria de transformação no Brasil (0,37% em 2008 e 0,42% em 2011).

Já os setores de baixa intensidade tecnológica (reciclagem, madeira, papel, e celulose, editorial e gráfica, alimentos, bebidas, fumo, têxtil e de confecções, couro e calçados), por sua vez, embora representem um terço do faturamento desse grupo, eles contribuíram apenas com 0,08 ponto percentual (em 2008) ou 0,07 p.p (em 2011) para a média da indústria de transformação.

 

Texto: Denise Coelho – Ascom do MCTI (Atualizada em 06/02/2014, para correção de dados)

 

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