Agentes polinizadoras e responsáveis pela produção da maior parte dos frutos da natureza, as abelhas têm um papel fundamental no ambiente e, segundo numerosos estudos, seu desaparecimento pode acarretar consequências desastrosas para a humanidade. O pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) Marcio Oliveira, e o pesquisador J. Christopher Brown, da Universidade do Kansas (EUA), realizaram uma pesquisa que relaciona a colonização agrária e o desmatamento associado em Rondônia com o desaparecimento das abelhas.
Durante um ano, os pesquisadores visitaram 187 locais do estado. Com o monitoramento por imagens de satélites, foram identificadas as áreas mais desmatadas e depois foi feita a relação com o desaparecimento das espécies nessas regiões. “Com o incentivo da ocupação das terras de Rondônia nos anos 80, o crescimento foi acelerado e as populações começaram a desmatar para exercer atividades agrícolas”, explica Oliveira.
“Nas primeiras áreas ocupadas, nota-se um número menor de espécies de abelhas do que nas ocupadas por último. Já nas áreas de colonização próximas de reservas indígenas e unidades de conservação, é onde se encontra um número maior de espécies, o que demonstra a importância dessas áreas”, observa.
Ainda no estado, foi descoberta a maior riqueza de espécies de abelhas sem ferrão do planeta: são 98 espécies, dez delas classificadas como novas espécies e 16 vistas pela primeira vez em Rondônia. Entretanto, 12 espécies citadas para o estado não foram localizadas, o que preocupa o pesquisador e o motiva a realizar novas pesquisas a fim de confirmar se elas não estão em risco de extinção na região.
Oliveira e Brown publicaram artigo sobre o estudo na revista francesa Apidologie. Leia mais.
Texto: Raiza Lucena – Ascom do Inpa