O secretário Prata e o vice-ministro Schütte assinam relatório com novas linhas de trabalho. Foto: Augusto Coelho/Ascom do MCTI
Brasil e Alemanha devem finalizar até outubro um documento com um novo plano de cooperação científica e tecnológica. O relatório com as linhas de trabalho a serem incluídas nas relações entre os dois países foi assinado pelo secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Alvaro Prata, e pelo vice-ministro de Educação e Pesquisa da Alemanha, Georg Schütte, no encerramento da 28ª Reunião da Comissão Mista Brasil-Alemanha de Ciência, Tecnologia e Inovação, nesta terça-feira (17), no Palácio Itamaraty, em Brasília.
Para o diretor interino do departamento de Temas Científicos e Tecnológicos do Ministério de Relações Exteriores (MRE) do Brasil, Ademar Seabra, os dois dias de encontro, que começou na segunda-feira (16), ficaram marcados pelo entusiasmo das partes envolvidas e pela introdução de diversos temas nas discussões entre os países, com destaque para a área de ciências do mar, o programa Ciência sem Fronteiras, bioeconomia e inovação.
“Conseguimos avançar na discussão sobre uma possível criação de uma plataforma Brasil-Alemanha de inovação e tivemos conversas avançadas na área de manufaturas e de bioeconomia. Também incorporamos temas novos na parte de biofármacos e biomateriais”, descreveu Seabra.
O secretário do MCTI, Alvaro Prata, comemorou a inclusão da temática inovação nas discussões da comissão mista, diante da expectativa de avançar na colaboração com os alemães nas atividades da recém-criada Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).
“O modelo da Embrapii se apoiou muito no modelo da organização alemã Fraunhoufer, que tem uma forte tradição e relação bem estabelecida entre o meio acadêmico e empresarial; e é exatamente nesta área que temos muito para aprender e a avançar”, comentou.
Prata defendeu a importância da evolução nas discussões na área de energia associada aos biocombustíveis, à energia alternativa (solar e eólica, por exemplo) e a redes inteligentes. “O Brasil possui uma geração distribuída de energia e a rede brasileira precisa agregar tecnologia e inteligência”, sustentou.
Participação
O diretor do MRE Ademar Seabra destacou, ainda, a forte participação brasileira no debate, que teve a presença de aproximadamente 100 representantes de 40 instituições do setor privado e público, de centros de pesquisa e da Câmara de Comércio Brasil-Alemanha, que reúne 800 empresas brasileiras interessadas no investimento de projetos em território alemão.
“Temos uma série de elementos positivos e de resultados nos grupos que se reuniram e uma orientação de trabalho bem clara para a execução das ideias apresentadas nos próximos dois anos”, disse.
“Realizamos 28 reuniões de comissões mistas que se estendem por mais de quatro décadas e isso é um capital muito importante”, observou Seabra. “E a vinda do secretário de Estado alemão liderando pessoalmente a comissão é uma indicação de que eles querem realmente um programa bem concatenado com o Brasil e de caráter prioritário. Cabe a nós responder esse interesse à altura.”
Texto: Denise Coelho – Ascom do MCTI