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Análise sanguínea da iaçá revela estado de saúde da espécie
03/09/2013 - 11:05
Os valores de hematócrito (Ht%) e concentração de proteínas plasmáticas totais (PPT) da iaçá (Podocnemis sextuberculata, espécie de quelônio) variam de acordo com a temporada reprodutiva e o ciclo hidrológico da Bacia Amazônica. Esse foi o resultado observado em uma pesquisa realizada por integrantes do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, por meio do Projeto Aquavert, nos meses de agosto de 2012 e janeiro e fevereiro de 2013.

“Nosso principal objetivo foi gerar parâmetros sanguíneos que sirvam de valores referenciais para a avaliação de saúde das iaçás”, explica a veterinária Mariana Silva Martins, uma das pesquisadoras. Além de Mariana, participaram da pesquisa Cristiane Gomes de Araújo, Robinson Botero-Arias (ambos do Instituto Mamirauá), Cássia Santos Camillo, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), e Paulo Rogério Mangini e Renata Carolina Santos, do Instituto Tríade para Medicina da Conservação, parceiros do projeto Aquavert.

O trabalho ainda está em andamento, mas a avaliação primária já foi realizada. “Os valores obtidos de hematócritos informam quanto a possíveis quadros de anemia, e os valores de PPT nos mostram o estado nutricional dos indivíduos”, explica Mariana. Ambos os parâmetros apresentaram valores maiores no início da temporada reprodutiva em comparação ao final. “Isso demonstra que os animais se encontravam com mais reserva energética no início da temporada, não só pela maior oferta alimentar nos lagos e nas florestas inundadas durante a enchente e cheia, mas também pela própria característica reprodutiva da espécie de diminuir a busca de alimento e reservar energia para a reprodução durante a vazante e seca”, diz.

As análises dos dados coletados ainda acontecem – segundo a veterinária, agora os pesquisadores vão avaliar a contagem diferencial de leucócitos e presença de hemoparasitas. “Todos esses dados serão cruzados com a avaliação física e de outros parâmetros sanguíneos que já temos, para gerar os valores sanguíneos referenciais para as iaçás”, conta. “A espécie é considerada vulnerável e vem sendo cada vez mais caçada pelo homem, redobrando assim a necessidade de levantarmos informações sobre a saúde dos indivíduos e das populações.”

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Texto: Lilian Wiczneski – Ascom do Instituto Mamirauá

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