Mercedes Bustamante no encontro preparatório para o FMC. Foto: Giba/Ascom do MCTI
A importância da interação entre instituições de pesquisa foi o foco da palestra da professora Mercedes Bustamante no 7º Encontro Preparatório para o Fórum Mundial de Ciência, nesta quarta-feira (21), em Brasília. Ela falou sobre o tema “Conciliando conservação e desenvolvimento: o papel de redes regionais de pesquisa e pós-graduação”.
“A partir do momento em que você favorece essa interação, ela traz um diversidade de olhares e de conhecimentos que permite elaborar novas ferramentas de análise, novas abordagens que o grupo isolado talvez demorasse mais tempo para encontrar”, disse a docente do Departamento de Ecologia da Universidade de Brasília (UnB).
Durante a apresentação, em que abordou as mudanças ambientais globais, Mercedes destacou a estratégia do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) de incentivo às interações institucionais na troca de conhecimentos capazes de gerar novas soluções para problemas comuns entre os cientistas. Ela foi diretora do Departamento de Políticas e Programas Temáticos da pasta.
A professora citou como outra frente fundamental a formação de recursos humanos na geração de profissionais capazes de integrar diferentes campos do conhecimento.
“Nada mais natural que esses programas de pesquisa estejam associados a programas de capacitação de recursos humanos em alto nível, como os programas de pós-graduação multi-institucionais”, comentou.
Violência
Também na manhã de hoje, a professora Maria Stela Grossi Porto, do Departamento de Sociologia da UnB, foi responsável pelo painel “Organização social e violência urbana: alguns desafios”. Ela apontou questões a enfrentar para a superação do problema e defendeu a necessidade de instaurar a cultura da paz.
“As crianças se socializam na e pela violência”, analisou Maria Stela, citando desenhos animados em que agressões são corriqueiras e se estabelece a ideia de que é interessante tirar vantagem de todas as situações. De acordo com a pesquisadora, é importante valorizar contextos mais solidários em detrimento daqueles baseados em brutalidade, “A cultura da paz deve estar no processo civilizador das crianças”, defendeu.
A pesquisadora lembrou as formulações do sociólogo Max Weber e destacou que a polícia é quem detém o monopólio do uso da violência legítima. Ela não se posicionou contrariamente à detenção de poder por parte do Estado, mas ressaltou que é necessário estabelecer uma nova imagem para o policial, dissociada da “ideia da polícia armada para a guerra, para combater”.
Mobilidade urbana
Ao tratar sobre “Os desafios da ciência para a mobilidade urbana socializada”, a professora da UnB Yaeko Yamashita afirmou que “sustentabilidade fiscal é o ponto chave do problema”. Em sua análise, a solução para essas questões passa por projetos estruturantes de infra-estrutura, políticas públicas e projetos de investimentos produtivos da iniciativa privada.
Para ilustrar um modelo sustentável de mobilidade urbana, Yaeko apresentou a proposta de um eixo de oportunidades para Taguatinga, Ceilândia e Samambaia, regiões administrativas do Distrito Federal.
O sétimo e último encontro preparatório foi aberto hoje, com participação do secretário executivo do MCTI, Luiz Antonio Elias, e segue amanhã.
Texto: Amanda Mendes (Ascom do MCTI) e Ádlia Tavares (Ascom da UnB)