O turismo científico com atividades que envolvam a onça-pintada, seja o seu rastreamento por telemetria, seja a busca de seus vestígios, é viável e pode reverter em renda para comunidades locais com relações sustentáveis com o ambiente. Essa é uma das conclusões de pesquisa realizada pelo biólogo Pedro Nassar, do Grupo de Pesquisa em Ecologia de Vertebrados Terrestres do Instituto Mamirauá.
Uma pesquisa de mercado foi realizada com o envio de 267 questionários, em português e inglês, pela internet para pesquisadores do meio acadêmico, gestores de unidades de conservação do Brasil, veterinários com experiência em vida selvagem (grupo técnico-científico), ecoturistas e operadoras de turismo (grupo de ecoturismo). O questionário continha 12 perguntas, das quais as duas últimas eram restritas às operadoras de turismo.
Foram recebidos 92 questionários, 47 do grupo técnico-científico e 45 do grupo de ecoturismo. Ambos os grupos foram favoráveis à implementação do ecoturismo científico com onça-pintada na Reserva Mamirauá. Informação de qualidade, apoio à educação ambiental e à pesquisa e retorno financeiro às comunidades foram apontadas como as principais características que esse pacote deve oferecer.
Impactos
Os impactos mais citados foram, pelo grupo técnico-científico, habituar a espécie à presença humana e afugentá-la da sua área de vida, pelo grupo de ecoturismo. Como mitigação dos impactos, o grupo técnico-científico respondeu que os melhores métodos são limitar a quantidade de vezes da atividade de observação do felino, o número de grupos para visitação e o número de pessoas por grupo, enquanto para o grupo de ecoturismo o mais importante é limitar o número de pessoas por grupo.
Nas simulações, o retorno financeiro seria dividido em 30% para as comunidades envolvidas, 30% para a pesquisa e 40% para a manutenção do programa de ecoturismo.
Texto: Ascom do Instituto Mamirauá