O Painel Internacional da Ásia e Oceania elencou uma série de áreas do conhecimento como ponto de interesse comum para novas cooperações e parcerias, tanto no âmbito público e acadêmico como no privado. O evento foi realizado em Brasília com o objetivo de promover maior articulação entre o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI) e os parceiros internacionais que valorizam o viés científico e tecnológico como instrumento de incentivo ao desenvolvimento socioeconômico.
As áreas destacadas são: biodiversidade, nanotecnologia, energias renováveis, tecnologias espaciais, agricultura, aquicultura, meteorologia e oceanos, clima, tecnologia da informação e comunicação, desertificação, indústria naval, gestão e comercialização, recursos hídricos e petróleo e gás.
O diretor de Engenharias, Ciências Exatas, Humanas e Sociais do CNPq, Guilherme Sales Melo, iniciou o evento, nesta terça-feira (13), ressaltando a importância de estreitar as relações entre o Brasil e as nações dos dois continentes. "Temos muito para aprender com os países da Ásia e Oceania. É de se admirar o que esses países fizeram nos últimos 30 anos, na área de ciência e tecnologia, principalmente, com relação ao registro de novas patentes, na educação e qualificação profissional", comentou. "Este é o mesmo caminho que está sendo trilhado pelo nosso país hoje."
Destacando que a iniciativa engloba a política estratégica da agência, o diretor da Coordenação Geral de Cooperação Internacional (CGCIN), Marcos Formiga, foi responsável pelo panorama geral do evento. Ele defendeu a importância da internacionalização das empresas do país e o consequente resultado dessa atividade para a comunidade científica e tecnológica brasileira. "Aproveitando o exemplo asiático, precisamos abrir frentes no que o Brasil ainda está aprendendo. Isso inclusive vai modificar as ações implementadas pelo CNPq", opinou.
O titular da CGIN relacionou os investimentos efetuados pelos setores público e privado dos países asiáticos em ciência e tecnologia com sua importância geopolítica atual. "Esse tipo de atividade dá um papel de liderança no mundo hoje”, disse. Para o dirigente, “podemos afirmar sem grandes temores que este é o século da Ásia".
Propulsão
Segundo Formiga, a tecnologia foi tratada como ponto focal dos países asiáticos, o que permitiu ampliar o crescimento econômico do bloco. "Há alguns anos, eles resolveram pegar um atalho para o crescimento e adotaram esse segmento como propulsor. A China, a Coreia do Sul e o Japão são referências", observou. "Esse é o exemplo que fica para o Brasil. Apesar da importância, ainda estamos muito voltados às publicações [de artigos científicos]. Precisamos nos preocupar da mesma forma com a produção nacional."
A embaixadora das Filipinas no Brasil Eva Betita, representante da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), lembrou que o bloco mantém parcerias com as mais diversas nações – entre elas a Índia, Paquistão, União Europeia e Estados Unidos –, sem considerar diferenças culturais, religiosas e políticas.
"Consideramos a importância da ampliação da integração em áreas que envolvem a pesquisa e o desenvolvimento. Temos interesse em outros países, incluindo o Brasil", disse. "Temos a intenção de contar também, além das relações bilaterais, com a cooperação entre blocos de países, como o Mercosul."
Texto: Ascom do MCTI, com informações do CNPq