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Estudos analisam práticas de caça nas reservas Mamirauá e Amanã
12/08/2013 - 18:41
Pelo menos oito pesquisas, divulgadas recentemente pelo Instituto Mamirauá, analisaram a prática da caça nas reservas Mamirauá e Amanã, no Amazonas. Com objetivos análogos, os pesquisadores da organização estudaram o abate de animais silvestres por comunidades tradicionais, dando ênfase ao abate de mamíferos, aves ou répteis. Na maioria dos casos a finalidade é de subsistência.

Uma das pesquisas analisou os padrões nas duas reservas. Segundo o biólogo João Valsecchi, na região neotropical a caça é uma importante fonte proteica para as populações de áreas rurais, sejam elas de ribeirinhos ou povos indígenas. A amostragem analisada compreende oito anos de monitoramento (2003 a 2010). Durante o período de estudo, os caçadores de Mamirauá e Amanã realizaram 3.793 eventos de caça e abateram 8.968 animais.

“A maioria dos eventos foram realizados na Reserva Amanã, ou seja, a caça é mais importante para a área de terra firma do que a de várzea”, analisa. Os resultados indicam que as espécies mais suscetíveis à caça nessas reservas são a queixada, o jacaré-açu, a paca, a cutia, a anta, a tartaruga-da-amazônia, o tracajá, o iaçá e o jabuti, além dos mutuns e patos-do-mato. São as mesmas descritas para outras áreas.

Segundo Valsecchi, as principais espécies caçadas são as mesmas desde o início do monitoramento. As proporções de abate estão sendo mantidas e nenhuma espécie deixou de ser caçada no período do estudo, o que indica sustentabilidade da atividade na região. Entretanto, o pesquisador alerta que estudos devem ser realizados sobre a manutenção das abundâncias naturais, análises de produtividade, e avaliação da sustentabilidade de caça, pois esses podem detectar possíveis impactos sobre a fauna caçada, não identificáveis pela composição da fauna abatida.

Jabuti e guariba

A bióloga Thaís Morcatty busca compreender a caça de jabutis na região da Amazônia Central. A pesquisa tem como alvo o jabuti-amarelo, uma espécie ameaçada de extinção em nível mundial.

Na avaliação da bióloga, o envolvimento comunitário está contribuindo fortemente para a melhoria e ampliação das pesquisas com esse quelônio. “Descobrir como a caça acontece e os seus efeitos na população de jabutis irá nos permitir a elaboração de estratégias eficazes para a conservação da espécie”, diz.

Segundo a bióloga Fernanda Paim, uma das autoras da pesquisa sobre caça de guaribas nas duas reservas, 302 exemplares foram abatidos entre 2003 e 2010. De acordo com a pesquisadora, a caça preferencial de machos pode significar um fator de impacto sobre a população do primata, pois seus grupos sociais são compostos por apenas um macho reprodutor, nas várzeas, e até dois em áreas de terra firme. Leia mais.

 

Texto: Ascom do Instituto Mamirauá

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