O palestrante Jorge Campagnolo, do ministério. Foto: Daniela Nader/Ascom do MCTI
“A inovação é um caminho sem volta e é a forma mais rápida para uma empresa chegar a ter competitividade no mercado interno e externo.” A afirmação é do coordenador-geral de Serviços Tecnológicos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Jorge Campagnolo, em palestra durante a programação da 65ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
Em sua participação no evento, em Recife, o representante da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do ministério defendeu a importância do investimento em inovação e apresentou os principais programas de governo à disposição do empresário interessado em inovar.
Para um público formado principalmente por estudantes, ele falou dos desafios impostos ao setor empresarial com a globalização e com o rápido avanço tecnológico e citou o exemplo do telefone celular. “Se mantiver a mesma linha de produto de cinco anos atrás a empresa não vai conseguir competir nunca”, ressaltou. “De forma geral hoje grande parte dos produtos tem tecnologia agregada que fica logo superada”, acrescentou. A palestra foi nesta quarta-feira (24).
O coordenador também alertou sobre as possíveis restrições tecnológicas a serem enfrentadas nas operações comerciais. Para ele, o Brasil precisa estar cada vez mais atento a essa realidade e deixar de ser tão dependente da exportação de commodities, como soja e ferro.
“É importante esse tipo de exportação porque gera recursos, mas ficamos muito sujeitos às oscilações como de mercado e de demanda”, sustentou. “Ainda temos de exportar muitos navios de soja para trazer alguns chips para usar nos nossos celulares”, criticou.
Apoio governamental
“Realmente é um caminho sem volta, o governo federal sabe disso e tem vários programas à disposição do empresário”, afirmou o palestrante, ao apresentar os incentivos oferecidos pelo setor público e os programas implantados pelo MCTI. um exemplo citado foi a Lei do Bem (11.196, de 2005), que criou incentivos fiscais que empresas podem usufruir de forma automática desde que realizem pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), com dedução na apuração do Imposto de Renda.
Ele lembrou ainda iniciativas como Programa Nacional de Apoio a Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas (PNI) e o Rhae Pesquisador na Empresa, direcionado para o apoio de PD&I que visem a integração de pesquisadores qualificados nas empresas.
Campagnolo falou do esforço do MCTI no sentido de impulsionar a área de nanotecnologia, para a qual foi criado um Comitê Interministerial para discutir as ações neste setor. “Essa área é muito importante, pois embora trabalhe com dimensões nano, tem um potencial de inovação muito grande”, argumentou.
O representante da pasta federal explicou também o funcionamento do Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec), que faz a aproximação e a articulação da comunidade científica e tecnológica com as empresas. “Ele ajuda, nos processos e serviços, para que a empresa possa investir em inovação”, disse.
Embrapii
Outra ação mais recente, comentou, foi a instituição da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), organização social, em fase de formação, que buscará criar um ambiente favorável para a cooperação entre instituições de ciência e tecnologia e as empresas.
“É importante fortalecer as empresas para que possamos ter recursos, por meio do pagamento de tributos, por exemplo, para que possamos investir nas demais áreas de interesse da sociedade”, concluiu.
Acompanhe a participação do ministério na reunião anual da SBPC.
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Texto: Denise Coelho – Ascom do MCTI